Caso Ronei: Justiça concede habeas a dois dos três réus na terceira etapa do júri popular

Seis acusados já haviam assegurado o direito de recorrer em liberdade das penas de prisão

Foto: Arquivo pessoal / CP Memória

O desembargador Jayme Weingartner Neto, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, concedeu habeas-corpus, nesta segunda-feira, a dois dos três acusados de envolvimento no assassinato do adolescente Ronei Faleiro Júnior, levados a júri popular, nesta semana, em Charqueadas, na região Carbonífera.

Semelhante ao que ocorreu com os seis réus dos dois julgamentos anteriores, Cristian Silveira Sampaio e Jhonata Paulino da Silva Hammes poderão recorrer em liberdade em caso de condenação com pena superior a 15 anos de prisão. A decisão, no entanto, não contempla um terceiro réu, Matheus Simão Alves, que responde por homicídio em outro processo.

Assim como os acusados já condenados, Cristian, Jhonata e Matheus respondem pelo homicídio qualificado de Ronei Júnior, das tentativas de homicídio do casal Francielli Wienke e Richard de Almeida e de Ronei Faleiro, pai do jovem morto. Os réus também denunciados por associação criminosa e corrupção de menores.

Esse é o último júri agendado em razão da morte de Ronei Júnior. Um décimo réu, Rafael Trindade de Almeida, denunciado depois dos demais, vai ser julgado um processo separado, ainda sem data definida.

Terceiro júri

A terceira etapa do júri popular do caso Ronei começou com os depoimentos dos sobreviventes das agressões, ocorridas em Charqueadas em 1º de agosto de 2015, na saída de uma festa. Richard Saraiva de Almeida reiterou que, durante o espancamento, tentou puxar Ronei Jr. para dentro do carro. O adolescente havia oferecido uma carona para Richard e a namorada, Francielle Wiencke, no carro do pai.

Ao depor em seguida, a jovem relatou que a primeira tentativa de agressão partiu de Jhonata Paulino da Silva Hammes. Ela também confirmou que o réu usou uma soqueira para cometer as agressões.

Última vítima a se pronunciar, o pai do adolescente, também agredido pelo grupo conhecido como ‘Bonde da Aba Reta’, detalhou o momento do crime, pela terceira vez em menos de um mês. “Eu disse: vamos embora que meu carro está bem ali na frente. Abrimos a porta e fizemos passo normal de saída. Saí dando mais atenção ao Júnior, seria natural. Começamos a descer as escadas. Talvez no último degrau veio um movimento muito brusco pelas costas, estávamos descendo em direção ao carro, que estava a três passos de onde estávamos. Esse movimento já foi suficiente para nos tirar do trajeto das portas. Já começaram as agressões com sons de garrafas quebrando”, recordou, em mais um depoimento repleto de pranto e emoção.

Após os três sobreviventes, o júri tomou os depoimentos de quatro testemunhas de acusação: o delegado que investigou o caso, Rodrigo Machado Reis, um vigia de supermercado, um formando e a mãe de uma formanda, que ajudou a organizar a festa.

A expectativa é de que o julgamento seja retomado, nesta terça, com a oitiva dos réus. As fases anteriores, em junho e na semana passada, duraram três e dois dias, respectivamente.

Réus condenados nos outros dois julgamentos e a respectiva pena de cada um:

Alisson Barbosa Cavalheiro – 35 anos e 4 meses de prisão
Geovani Silva de Souza – 41 anos e seis meses de prisão
Volnei Pereira de Araújo – 35 anos e quatro meses de prisão
Peterson Patric Oliveira – 35 anos e quatro meses de prisão
Leonardo Macedo Cunha – 35 anos e quatro meses de prisão
Vinícius Adonai da Silva – 38 anos, dez meses e 20 dias de prisão