Decretada prisão preventiva de três pessoas por assassinato de Dom e Bruno

Presos devem ser transferidos a Manaus

Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Justiça Federal no Amazonas converteu em preventiva – sem data para acabar – as prisões de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos; e Jeferson da Silva Lima, conhecido Pelado da Dinha – os três principais investigados pelos assassinatos a tiros do indigenista Bruno Pereira e Dom Philips, na região do Vale do Javari, na Amazônia, no início de junho. As informações foram divulgadas pela Agência Estado, neste sábado.

A Polícia Federal ainda indicou que Rubens Villar Coelho, o ‘Colômbia’, também teve prisão preventiva decretada, após ser detido em flagrante por uso de documento falso nesta quinta-feira. Ele é apontado e investigado como um dos financiadores da pesca ilegal em terras indígenas e ligado a Amarildo, o Pelado, que confessou o crime e indicou o local onde foram enterrados os corpos de Dom e Bruno.

Segundo a corporação, os presos devem ser transferidos a Manaus, onde ‘permanecerão à disposição das autoridades policiais e da Justiça Federal’. A PF ainda investiga a suposta participação de mais cinco pessoas na ocultação dos cadáveres. Elas foram indiciadas, segundo informou a corporação em coletiva nesta sexta-feira.

A conversão das prisões temporárias dos três principais investigados da chamada Operação Javari havia sido solicitada pela Polícia na quarta-feira. A Justiça Federal analisou o pedido, uma vez que a juíza Jacinta Silva dos Santos, da Comarca de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas, declinou da competência do caso. A decisão atendeu um pedido do Ministério Público estadual.

Ao analisar o relatório das investigações realizadas pelas Polícias Civil e Federal, a magistrada considerou que a motivação dos assassinatos de Bruno e Bom está diretamente ligada com os direitos indígenas, ‘cuja análise da matéria jurídica é de competência da Justiça Federal’, informou o Tribunal de Justiça do Amazonas.

Segundo a promotoria, a possível motivação do crime está ligada à defesa dos direitos indígenas decorrente da atuação do indigenista Bruno Araújo no combate a pesca ilegal dentro da reserva indígena do Vale do Javari.