As empresas de telefonia já podem ativar a internet 5G no Distrito Federal. A autorização definitiva da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) começou a valer nesta quarta-feira (6).
Brasília serve como piloto para os processos de liberação das demais capitais por já contar com as condições operacionais necessárias, segundo a Anatel. A cidade é a primeira do Brasil a liberar o sinal de 5G.
A tecnologia 5G standalone permite o tráfego de dados cem vezes mais rápido que o padrão 4G por utilizar um espectro de rádio mais abrangente, o que permite que mais aparelhos móveis se conectem simultaneamente, com mais estabilidade do que as redes atuais. Além disso, a tecnologia favorece a uso de ferramentas inteligentes, interconexão de equipamentos e máquinas em tempo real.
O 5G deve impulsionar vários setores, além do de telecomunicações. “Essa tecnologia facilita a distribuição das redes inteligentes — responsáveis monitorar o tempo todo o sistema de geração, fornecimento e distribuição de energia elétrica no Brasil, desde indústrias até pequenos consumidores. É possível, com medidores inteligentes, monitorar os horários, o dimensionamento da rede, se houve queda, quando houve queda”, explica Octavio Brasil, gerente da empresa CAS Tecnologia, que atua na área de energia.
Na Anatel, a implementação do 5G é supervisionada pelo Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi). A equipe é integrada por representantes da Anatel, do Ministério das Comunicações, das empresas proponentes vencedoras dos lotes da faixa de 3,5 GHz, dos radiodifusores e das exploradoras de satélites.
O Gaispi criou uma “sala de guerra” na última segunda-feira (4) para solucionar possíveis interferências causadas pela implementação da nova tecnologia.
Uma delas é o fim do sinal de TV parabólica analógica. No DF, segundo a agência, há 3.341 antenas desse tipo. A Anatel fará a troca sem custo para os inscritos no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico).
No início de junho, a Anatel adiou o prazo para a implantação do 5G nas capitais estaduais. A ativação das estações seria realizada em 31 de julho, mas acabou sendo adiada por 60 dias. Com isso, a tecnologia deve estar disponível para a população desses locais em 29 de setembro.
Nas outras cidades que não são capitais de estados, o cronograma previsto será mantido, com implementação gradual até 2029.
O adiamento foi definido em reunião do Conselho Diretor da Agência. Os técnicos avaliaram que o prazo adicional é necessário devido a uma “impossibilidade de entrega de equipamentos pela indústria”. O lockdown após um novo surto de coronavírus na China e limitações do transporte aéreo foram citados como impeditivos para o cumprimento da meta inicial.
O edital do Leilão do 5G dava abertura para possíveis adiamentos no cronograma inicial de 60 dias, quando constatadas dificuldades técnicas para a realização de atividades necessárias. Com os novos prazos, a liberação da faixa que permite a ativação do 5G também foi adiada para 29 de agosto. Antes, ela aconteceria no dia 30 deste mês.