Com o desempenho mais forte que o esperado do mercado de crédito e melhoria da atividade econômica, a projeção de crescimento da carteira total para 2022 chegou a 10,4%. É o que revela a última edição da Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas, que também registrou piora na expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre deste ano, que saiu de 3,8% na pesquisa de maio, para os atuais 4,0%.
A melhora na estimativa ocorre pela quarta vez neste ano, sendo que em maio chegou a 9,7%, mas abaixo da projeção do Banco Central, de avanço de 11,9%, divulgada no último Relatório de Inflação, de junho. A Pesquisa FEBRABAN é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
“Avaliamos que a melhora das expectativas para o ano em curso tem sido impulsionada pelo bom desempenho da carteira desde o início do ano, pela continuidade do processo de normalização da atividade econômica, além da aceleração da inflação, que resulta na elevação nominal dos tíquetes médios das novas concessões, em especial nas linhas mais ligadas ao consumo”, destaca Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da FEBRABAN.
De acordo com a pesquisa, a revisão foi liderada pela carteira com recursos livres, cuja projeção passou de alta de 11,8%, em maio, para 13,1%, se mantendo como o segmento de maior dinamismo. Houve melhora da perspectiva tanto na carteira Pessoa Física, de 12,3% para 13,5%; quanto na de Pessoa Jurídica, de 11,8% para 12,4%.
Já a projeção da carteira com recursos direcionados foi revisada para baixo, de 7,6% para 7,1%. O resultado foi puxado pela revisão baixista da carteira Pessoa Jurídica, de alta de 2,5% para 1,9%, ainda que contrabalanceada pela revisão positiva da carteira Pessoa Física, cuja expectativa avançou de 9,6% para 10,8%.
Para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total também avançou (de alta de 6,3% para 7,0%). A revisão positiva foi generalizada, com alta tanto na carteira com recursos livres (de 7,7% para 8,7%) quanto na carteira direcionada (de 4,7% para 4,9%).