Semestre termina com perdas no mercado de ações e ganhos com o dólar

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O mês de junho termina, e com ele um semestre que o mercado financeiro balançou. Aqui e lá fora. Os resultados castigaram aqueles investidores impetuosos e deu razão para os mais conservadores. A começar pelo desempenho do Ibovespa, da Bolsa brasileira, que teve o pior mês no ano, ou com o dólar que se valorizou para o maior patamar desde fevereiro, enquanto a poupança seguiu seu rendimento pequeno mas positivo.

Analistas olham com desconfiança o comportamento dos mercados em junho, e destacam que pode ser uma antecipação dos resultados dos próximos meses. As incertezas globais, com a elevação linear das taxas de inflação e a perspectiva de recessão nas nações mais ricas, associadas ao prolongamento da guerra entre Ucrânia e Rússia, devem manter a incerteza elevada. E isso prejudica a Bolsa, favorece o dólar e estimulando mais brasileiros a buscarem a renda fixa.

Ibovespa fechou o último dia do mês, afetado pelas preocupações com o ritmo do crescimento econômico global, que também foram determinantes para que junho registrasse a pior performance mensal desde março de 2020. O índice caiu 1,03%, abaixo dos 99 mil pontos, e um volume financeiro somava 24,1 bilhões de reais.

No mês, o Ibovespa caiu 11,46%, maior queda percentual desde março de 2020, justamente no começo da pandemia no Brasil e depois de maio. O desempenho trimestral também foi o pior desde o começo de 2020, com perda de 17,84, chegando à queda de 5,94% em 2022.

No mercado internacional, Wall Street encerrou em baixa o pregão desta quinta-feira, e acumulou um mês e trimestre sombrios. O índice S&P 500, por exemplo, registrou sua maior queda percentual no primeiro semestre desde 1970, e todos os principais índices de ações dos Estados Unidos terminaram o mês e o segundo trimestre em território negativo.

Já o dólar encerrou esta quinta-feira em alta contra o real, registrando em junho seu maior avanço mensal desde o início da pandemia de Covid-19, forte ganho trimestral, em meio a temores globais de recessão e incertezas fiscais domésticas. A moeda norte-americana fechou a quinta-feira em alta de 0,77%, a R$ 5,23.

No mês de junho, o dólar saltou 10,03%, seu melhor mês desde março de 2020, quando os mercados globais haviam sentido o choque inicial da pandemia de Covid-19. No segundo trimestre, o ganho acumulado da moeda norte-americana contra o Real foi de 9,83%.