Polícia Civil prende ex-secretário do Meio Ambiente de Canela pela segunda vez

Suspeita é de que investigado tentou atrapalhar trabalho das autoridades

Foto: Polícia Civil/Divulgação

O ex-secretário do Meio Ambiente de Canela, Jackson Müller, foi preso pela segunda vez nesta sexta-feira (1). Ele é o único alvo da nona fase da Operação Caritas, que apura um complexo esquema de corrupção no Poder Público da cidade. Desta vez, a suspeita é de que o investigado estivesse tentando atrapalhar o trabalho da Polícia Civil.

Segundo as autoridades, Müller passou a forjar fatos e intimidar testemunhas desde que foi detido pela primeira vez, na oitava fase da força-tarefa, deflagrada em 19 de maio. Ainda conforme a polícia, ele chegou a contratar criminosos de alta periculosidade para simular o arrombamento de sua própria residência.

A investigação acredita que, com isso, o ex-secretário pretendia se livrar de computadores, HDs e armas de fogo. A polícia conseguiu localizar um dos suspeitos de envolvimento no caso, que confirmou ter recebido R$ 15 mil para simular o crime. Müller também foi denunciado por servidores do Meio Ambiente de Canela, por intimidação.

O delegado Vladimir Medeiros, responsável pela operação, ressaltou que o inquérito das duas últimas fases da Operação Caritas está quase pronto, e deve ser remetido ao Poder  Judiciário em uma semana. Segundo ele, há “conduntentes provas da prática de crimes, inclusive vinculando investigados a empresas privadas”.

Relembre o caso

A Secretaria do Meio Ambiente de Canela passou a ser investigada após denúncias de que empresas pertencentes, ou ligadas a servidores públicos do alto escalão da secretaria, eram indicadas para prestar serviços a empresários. Caso eles optassem por não firmar contrato com tais companhias, o Poder Público postergava ou negava a obtenção de licenças ambientais para grandes empreendimentos, inviabilizando negócios.

Contraponto

A Rádio Guaíba contatou o advogado Ricardo Cantergi, que representa Jackson Müller. No entanto, até a publicação desta reportagem, nenhuma resposta foi enviada acerca da prisão do ex-secretário.