STF impõe sigilo a investigação sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF

Diligências envolvem suposto tráfico de influência no Ministério da Educação; presidente é suspeito de ter vazado dados da operação

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: FLIPAR

O Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em sigilo, nesta quinta-feira, a investigação que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Operação Acesso Pago, da Polícia Federal, que mirou o ex-ministro Milton Ribeiro. A partir da decisão da Corte, as diligências e atos processuais passaram a tramitar com restrição de acesso.

Assim que os autos do processo chegaram ao Tribunal, encaminhados pelo Ministério Público Federal (MPF), após decisão do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, o sigilo passou a valer A operação decorre de denúncias da existência de um esquema de tráfico de influência no Ministério da Educação.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Milton Ribeiro recebeu os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos em gabinete para negociar o envio de verbas para prefeituras indicadas pelos religiosos, ambos sem cargo no governo. Em troca da articulação, segundo as investigações, os religiosos pediam propina.

O juiz de primeira instância enviou o processo ao Supremo a pedido do MPF, após Milton citar o presidente Jair Bolsonaro em uma ligação com a filha. Milton disse ter sido alertado pelo presidente do risco de se tornar “busca e apreensão”. A PF apura se o chefe do Executivo vazou ao ex-ministros informações sobre as diligências em curso.

Milton chegou a ser preso, junto aos pastores, na Operação Acesso Pago. No entanto, uma decisão o ministro Ney Bello, do TRF-1, soltou-os no dia seguinte.