Quase 14 anos após o crime, o julgamento dos réus do Caso Becker vai ocorrer em agosto de 2022. O juiz Roberto Schann Ferreira, da 11ª Vara Federal de Porto Alegre, determinou que as sessões ocorram nos dias 15, 16, 17 e 18, na Justiça Federal de Porto Alegre.
Quatro homens foram acusados de envolvimento no assassinato do médico Marco Antônio Becker, no bairro Floresta, em 4 dezembro de 2008. Morto a tiros ao sair de um restaurante na rua Ramiro Barcellos, à época do crime ele era vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers). Os advogados de defesa e a acusação arrolaram 17 testemunhas ao todo.
Serão julgados o ex-andrologista Bayard Ollé Fischer dos Santos, acusado de ser o mandante do crime; Moisés Gugel, ex-assistente de Bayard; Juraci Oliveira da Silva, o Jura, e Michael Noroaldo Garcia Câmara, contratado para cometer o homicídio, segundo as investigações.
As defesas enviaram notas à Record TV RS se manifestando em relação ao julgamento. O advogado João Olímpio de Souza, defensor de Bayard dos Santos, disse que “apesar de não existir julgamento ‘intra muros’ (segredo de Justiça) este processo tramitou na Justiça estadual em segredo de Justiça. Tudo isto para que não viesse à tona a realidade dos fatos. Neste julgamento, sem segredo de Justiça, a sociedade tomará conhecimento do que realmente aconteceu. Onde ficará provada a inocência do meu cliente”.
O defensor de Moisés Gugel, advogado Marcos Vinícius Barrios, também se manifestou: “Vou trabalhar de forma incessante e com todas as minhas forças para que a Justiça prevaleça e o Conselho de Sentença absolva o meu defendido. Moisés Gugel é inocente de todas as acusações formuladas. Finalmente é chegado o momento em que a defesa poderá demonstrar a verdade e todas as injustiças que marcam este processo”.
A advogada que defende Juraci Oliveira não retornou a ligação.
A Defensoria Pública da União (DPU), responsável pela defesa de Michael Câmara, afirmou que “a Defensoria Pública da União é responsável pela defesa técnica do réu M. N. G. C. no processo que está na fase de diligências finais e posterior julgamento pelo Tribunal do Júri, nas datas estabelecidas pela 11ª Vara Federal de Porto Alegre. A Defensoria Pública da União está ciente da repercussão do caso e do interesse da imprensa em prestar informações à sociedade a respeito do julgamento, porém resguarda-se o direito de não antecipar teses defensivas ou narrativas que possam influenciar os potenciais jurados neste estágio processual”.