Os dias frios e extremamente úmidos registrados nas últimas semanas ocasionaram um aumento do movimento nas lavanderias, que comemoram o crescimento da procura. O maior número de roupas utilizadas no período representa também um incremento do uso de máquinas de lavar e secadoras. De acordo com o Sindicato das Lavanderias e Similares do Rio Grande do Sul (Sindlav), de abril para junho deste ano, o crescimento na procura foi de 30% em negócios do gênero no Estado.
Em relação do mês atual sobre o mesmo período do ano passado, o aumento é de 12%, segundo a presidente do Sindlav, Maria Tereza Menegotto. “Diferentemente dos outros anos, em 2022 estamos tendo uma procura mais alongada. Já verificamos isto desde o final de abril e início de maio. E nos últimos 15 dias, percebemos que houve uma procura significativa pela secagem de roupas”, afirma Maria Tereza.
Conforme ela, passado o período mais agudo da pandemia, muitas roupas estavam guardadas por até dois anos, mas passaram a ser novamente utilizadas. As lavanderias estão divididas em quatro segmentos: doméstico/comercial, hoteleiro, industrial e hospitalar. O crescimento na demanda foi verificado em todos eles, de acordo com Maria Tereza. Durante a pandemia, por exemplo, houve uma diminuição nos atendimentos do setor hoteleiro, mas um crescimento no hospitalar.
“Houve também um aumento nos eventos, festas, o que também impactou bastante no nosso mercado. Lavanderia é um serviço essencial. Nunca paramos. Aos poucos, o movimento está retornando”, relata. Atualmente, o sindicato tem 1,2 mil lavanderias cadastradas, grande parte delas negócios familiares, e gera mais de 2,5 mil empregos no Rio Grande do Sul. Somente de abril para cá, de acordo com Maria Tereza, o setor gerou 437 vagas de emprego no Estado.
Há sete anos proprietário de uma lavanderia na rua Coronel Fernando Machado, no Centro Histórico de Porto Alegre, Eduardo Loureiro é um dos empreendedores que viu o movimento de clientes crescer de forma significativa, especialmente nas últimas duas semanas. O local atende públicos de todos os tipos, desde estudantes e idosos até hotéis e restaurantes. “Passamos a trabalhar também nos sábados e domingos, o que antes não acontecia”, conta.
O crescimento de clientes regulares na lavanderia, conforme ele, independente do público, foi de 150% nos últimos dois meses. O dia em que o público mais procura o serviço é sexta-feira, relata Loureiro, o que também vem ao encontro de um aumento no número de eventos na Capital em relação ao período da pandemia. Em outra delas, na rua Pinto Bandeira, o proprietário Sérgio Juliani relata que o movimento atual é 50% maior do que o de antes da Covid-19, e ainda há espaço e público para crescer.
“Teríamos capacidade para operar com 400 quilos de roupas por dia, mas estamos operando com 200 quilos. Antes da pandemia, a situação estava um pouco melhor. Vários colegas fecharam as portas, enquanto outros retornaram. Hoje, tudo surpreende de uma maneira positiva”, relata. Segundo ele, a “alta temporada” do segmento é o inverno, época em que os clientes retiram seus enxovais do armário e os levam à lavagem e secagem. “Estamos com uma presença de 100 a 150 pessoas todos os dias no nosso negócio”, diz.