Sob pressão, PSB reforça nome de Beto Albuquerque ao Piratini

Pré-candidato se reúne com Edegar Pretto e Ciro Simoni na próxima semana para discutir alianças no RS

Foto: Tarsila Pereira/CP Memória

Às vésperas da reunião nacional que deve definir o destino das candidaturas do PSB aos governos estaduais, o diretório gaúcho do partido se reuniu, na manhã deste sábado, para reforçar o nome de Beto Albuquerque como o pré-candidato ao Palácio Piratini. Durante evento na Assembleia Legislativa, o diretório aprovou, por unanimidade, resolução selando o nome de Beto, que foi recebido com aplausos pelos filiados. “Só deixo de ser candidato se caçarem os meus direitos políticos”, frisou o socialista, que deve comparecer ao encontro nacional do partido nesta segunda-feira à noite.

Segundo Beto, porém, o diálogo com a federação PT, PV e PCdoB deve continuar. Na próxima semana, ele se reúne com Edegar Pretto, pré-candidato do PT ao Piratini, “em busca de um rumo”. “A gente tem que fazer uma composição agora, em 2022, para que eu possa ser candidato a governador e, daqui a quatro anos, quem estiver na minha vice ser o meu sucessor”, apontou ao reforçar que essa é a sua última eleição e que, se eleito, não deverá concorrer à reeleição.

 

Os entraves no Estado se dão porque tanto o PSB quanto o PT (que nacionalmente estão coligados na chapa Lula-Alckmin) resistem em desistir da cabeça de chapa. Para Beto, da sua parte, a manutenção da sua pré-candidatura não se trata de “beleza”, mas, sim, de sua preparação, trajetória e seus melhores posicionamentos nas últimas pesquisas de opinião.

Uma possível chapa sugerida por Beto incluiria o atual pré-candidato do PT, Edegar Pretto, na vice e a ex-deputada Manuela d’Avila (PCdoB), ao Senado. “Tenho certeza que a gente (ele e Pretto) poderia trazer ela (Manuela) para concorrer ao Senado. Acho a melhor candidata do nosso campo de centro e centro-esquerda”, afirmou.

Entretanto, o que tem sido ventilado entre os partidos da “frente ampla”, segundo divulgado pela colunista do Correio do Povo, Taline Oppitz, é o contrário: é possível que o PT desista da cabeça de chapa, mas para Manuela liderar, com Pretto na vice. As tratativas seriam que Beto topasse ocupar a vaga ao Senado. O que, por ora, ele não parece inclinado a aceitar.

Caso as conversas com o PT não avancem, Beto disse ter encontro marcado para próxima semana com o presidente estadual do PDT, Ciro Simoni. Os trabalhistas apresentaram a pré-candidatura de Vieira da Cunha ao Piratini, mas têm conversado com demais siglas. Eles exigem, porém, palanque para o presidenciável Ciro Gomes. Uma possibilidade seria Beto fazer um palanque duplo: para Ciro e para Lula. A ideia não agrada muito a cúpula nacional do PSB, que também deve discutir sobre o assunto em reunião na próxima semana. Porém, segundo o presidente estadual do PSB, Mário Bruck, o que “não transita” é a possibilidade de um palanque só para o Ciro, o resto, é boato.

Críticas e reforço a Beto 

Durante a reunião, o socialista fez críticas ao modelo de gestão de outros pré-candidatos, como o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL). Beto afirmou que Leite deseja “voltar ao governo do Estado para vender o Banrisul e conseguir vender a Corsan”. Caso eleito, o ex-ministro faria o mesmo, uma vez que segue a agenda ‘privatista’. Para ele, o Rio Grande do Sul precisa de um “ajuste social” e não um “ajuste fiscal”.

As manifestações de filiados foram de apoio a pré-candidatura de Beto, independente do palanque nacional.

*Supervisão Mauren Xavier