A Polícia Federal informou nesta sexta-feira que não há indícios de que Gabriel Pereira Dantas, que se entregou voluntariamente à Polícia Civil de São Paulo ontem, tenha envolvimento nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, ocorridos no Vale do Javari, oeste do Amazonas. Dantas afirmou ter participado das mortes e teve a prisão temporária requerida pela Polícia Civil. A Justiça de Atalaia do Norte (AM), que está à frente do caso, indeferiu o pedido.
“Ainda na data de ontem [23], referida pessoa [Gabriel Dantas] foi encaminhada à sede da Polícia Federal em São Paulo para ser formalmente ouvida e prestar esclarecimentos sobre os fatos, mas optou por exercer seu direito constitucional de permanecer calado. Ele permanece em liberdade, tendo em vista que não há indícios de ter participado dos crimes ora em apuração, já que apresentou versão pouco crível e desconexa com os fatos até o momento apurados”, detalhou a PF, em nota à imprensa.
A prisão do suspeito havia sido anunciada pela Polícia Civil paulista, que informou que Gabriel se apresentou espontaneamente a policiais no centro da capital paulista, por volta das 6h dessa quinta-feira. O delegado Roberto Monteiro, da Delegacia Seccional do Centro, chegou a dizer que a versão do rapaz tinha fundamento e que por isso requereu a prisão temporária. Ainda segundo o delegado, o suspeito que se entregou à Polícia havia fugido do Amazonas e passado pelo estado do Pará e Mato Grosso, até finalmente chegar a São Paulo.
A PF enfatizou que as investigações do caso prosseguem. Durante todo o dia, Bruno Pereira teve o corpo velado em cerimônia aberta na cidade de Paulista, que fica na região metropolitana do Recife. No fim da tarde, houve a cerimônia de cremação dos restos mortais, restrita a amigos e familiares.
O corpo do jornalista Dom Philips, entregue à família no Rio de Janeiro, vai ser cremado no domingo, no Cemitério Parque da Colina, em Niterói.