Carazinho: prefeitura esclarece por que levou corpos de vítimas de incêndio a cemitério

Familiares alegaram a veículo de imprensa local que enterros passaram a ser realizados sem comunicação prévia

Foto: Guilherme Almeida/CP

A prefeitura de Carazinho emitiu nota, no começo da noite desta sexta-feira, informando ter sido necessário acondicionar, em gavetas mortuárias, alguns dos corpos das vítimas do incêndio no Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos (Cetrat), que ocorreu no fim da noite dessa quinta-feira. Na manifestação, o município responde a questionamentos de familiares que alegaram a um veículo de imprensa local estarem sendo realizados “enterros sem identificação” e sem comunicação prévia.

Os corpos devem ficar no Cemitério Municipal até que sejam realizados os exames de DNA com os familiares das vítimas para identificação. “Informamos que esse procedimento foi orientação do médico legista, sendo que os corpos colocados no cemitério foram periciados e possuem identificação numérica provisória até que seja possível identificar o nome de cada vítima”, explica a nota da prefeitura.

No texto, o município também alega que vem prestando suporte às famílias e que os processos de exames de identificação e atos de sepultamento já foram combinados com os entes das vítimas.

Conforme o Instituto Geral de Perícias (IGP), a identificação das vítimas depende do estado de cada corpo. O trabalho é feito com base em vestígios biológicos que comprovem a identidade. A primeira tentativa é feita pela análise das impressões digitais, pelo método da papiloscopia. Esse é o procedimento mais rápido, porém, a carbonização das falanges pode impedir o trabalho.

Caso a identificação pela papiloscopia não seja possível, parte-se para a identificação pela arcada dentária, o que depende do fornecimento de materiais como fichas dentárias ou raios X da face pelo dentista ou pela família da vítima. A identificação via DNA é feita pela comparação do material genético fornecido por familiares com o material extraído do corpo. Esse processo também depende do estado do corpo e pode levar mais de 30 dias, contados a partir da coleta do material genético do família.

Segundo informações dos bombeiros, dez vítimas morreram carbonizadas no local. A 11ª faleceu enquanto recebia atendimento médico no Hospital de Caridade, depois de não resistir aos ferimentos das chamas. O incêndio matou dez internos e um monitor.