Delegado vê “fundamento” em versão de quarto preso pelas mortes de Dom e Bruno

Segundo o policial, informações prestadas pelo suspeito começaram a ser verificadas pela Polícia Civil

Gabriel Dantas disse ter participação nas mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips. Foto: Polícia Civil de SP/Divulgação

O delegado Roberto Monteiro, da Delegacia de Polícia Civil Seccional Centro, disse nesta quinta-feira que a versão do homem que se apresentou na capital paulista para confessar participação no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do repórter britânico Dom Phillips parece estar bem fundamentada. “É uma versão com fundamento. Ele relata com muita riqueza de detalhes”, afirmou.

Ainda segundo o delegado, as informações prestadas pelo suspeito começaram a ser verificadas pela Polícia Civil. “Nós também confirmamos alguns álibis, algumas informações”, acrescentou, sem dar mais detalhes.

O crime ocorreu no último dia 5, na região do Vale do Javari, no Amazonas. A Polícia Federal (PF), responsável pela investigação, ainda não confirmou se ele está entre os suspeitos de envolvimento no duplo homicídio.

O homem, identificado como Gabriel Pereira Dantas, procurou policiais na região da Praça da Sé, no centro de São Paulo, perto das 6h, dizendo que queria confessar o crime. O suspeito relatou ter participado diretamente dos assassinatos e da ocultação dos corpos.

A delegada Maria Cecília Castro Dias, titular do 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, tomou o depoimento. Ela entrou com um pedido urgente de prisão temporária na Justiça de São Paulo.

Depoimento
Em depoimento à Polícia Civil, Dantas contou que, no dia do crime, bebia com Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que também já confessou participação do assassinato, quando os dois saíram de barco. De acordo com essa versão, ambos encontraram a embarcação de Bruno e Dom no rio Madeira, na altura da comunidade Vila Isabel.

O suspeito relatou que o jornalista e o indigenista não tinham “prática em andar rápido” e foram alcançados após uma perseguição. O novo preso atribuiu a execução a Pelado, que segundo ele usou uma espingarda calibre 16, mas confessou ter ajudado a ocultar os corpos e a afundar o barco das vítimas.

Dantas disse que deixou Atalaia do Norte após o crime, passando por Santarém (PA), Manaus (AM) e Rondonópolis (MT) antes de chegar na capital paulista, onde passou a morar na rua. Um caminhoneiro, que segundo o suspeito havia lhe dado carona até São Paulo, está sendo ouvido na cidade de Rio Verde, Goiás, para testar a versão.