Integrantes de um Comitê de Emergência criado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para discutir o surto de varíola do macaco estão reunidos pela primeira vez nesta quinta-feira (23), em um debate que deve definir se a doença se torna uma ESPII (Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional).
Os especialistas vão fornecer à OMS e aos Estados-membros conselhos e recomendações sobre a melhor forma de prevenir e reduzir a propagação da doença, que já avançou para mais de 40 países desde o início da maio.
A decisão final caberá ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Todavia, qualquer anúncio oficial não será divulgado antes de sexta-feira (24), segundo a entidade. Os critérios analisados pelos especialistas envolvem os riscos à saúde humana, de disseminação internacional de interferência no tráfego interacional.
Na semana passada, o assistente do diretor-geral para emergências, Ibrahima Socé Fall, havia dito que o risco da varíola do macaco no continente europeu era alto, mas moderado no restante do mundo.
“Obviamente não queremos esperar até que a situação esteja fora de controle para declarar uma situação de preocupação internacional”, acrescentou durante uma entrevista coletiva. Na última década, a OMS declarou Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional em cinco ocasiões:
• Ebola na África Ocidental (2014)
• Poliomielite (2014)
• Zika (2016)
• Ebola na República Democrática do Congo (2019)
• Covid-19 (2020)
O surto atual de varíola do macaco teve o primeiro caso notificado em 7 de maio na Inglaterra. Pouco tempo depois, outros dois pacientes, sem relação com o primeiro, também tiveram diagnóstico da doença no país.
Desde então, a Inglaterra já tem mais de 760 casos confirmados. Em segundo lugar aparece a Alemanha (592), seguida da Espanha (520) e de Portugal (317).
Em todo o mundo, já passam de 3.400 o número de diagnósticos de varíola do macaco, segundo monitoramento em tempo real feito pela iniciativa Global.health, que envolve pesquisadores de universidades como Harvard e Oxford.
O Brasil tem nove casos confirmados, sendo que oito deles vieram do exterior recentemente. Um paciente no Rio de Janeiro afirmou ter tido contato com estrangeiros.