Governo estima em R$ 5 bilhões custo com auxílio-combustível e vale-gás

Planalto trabalha com possibilidade de conceder benefício de R$ 400 a caminhoneiros e repassar vale-gás de R$ 53, uma vez por mês

Foto: Agência Brasil

Fontes da equipe econômica detalharam o valor estimado com o auxílio-combustível e vale-gás, que devem ser implementados ou ampliados pelo governo e pelo Congresso Nacional. O custo deve ficar em torno de R$ 5 bilhões.

A ideia em estudo é conceder o auxílio-combustível, no valor de R$ 400, mesmo valor que é pago no auxílio emergencial. Já o vale-gás, que hoje é de R$ 53 a cada dois meses, pode passar a ser pago de forma mensal.

De acordo com o governo federal, cerca de 5,7 milhões de brasileiros recebem o vale-gás. Com o aumento, o valor do benefício chega próximo ao custo do botijão de 13 kg, na casa de R$ 115. A ideia do Planalto é reduzir os impactos da inflação nesses dois produtos — gás de cozinha e óleo diesel.

As propostas ainda dependem de aprovação do Congresso, mas já houve uma reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para um acerto prévio e há apoio parlamentar para tocar os projetos adiante. O objetivo é pagar os benefícios assim que ocorrer a aprovação.

O auxílio para os caminhoneiros demonstra a linha de atuação da equipe econômica diante da escalada da inflação que atingiu os combustíveis. Ao mesmo tempo, mantém a estratégia de não interferir nos preços, mas dar uma ajuda para quem é mais afetado pelo problema.

O governo pensou o voucher apenas para os caminhoneiros considerando a importância da categoria para a economia nacional, já que a maior parte das mercadorias do país é transportada pela malha viária. Os trabalhadores desse setor também correspondem a uma das bases eleitorais de Jair Bolsonaro, que busca a reeleição e aparece em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Repercussão 

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista, deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), criticou a proposta e a classificou como “esmola” e um “deboche”. Para o político, o auxílio de R$ 400, que está em análise para a categoria, “não é suficiente para pagar a recapagem de pneu”.

O parlamentar citou, ainda, que um caminhoneiro gasta, em média, entre R$ 8 mil a R$ 10 mil para realizar o trajeto de São Paulo a Alagoas.

Como alternativa ao problema, o deputado apresentou ontem um projeto de lei, após deliberação com as demais lideranças da categoria. O texto quer suspender as isenções fiscais, devoluções do imposto de renda e das moratórias concedidas em 2017.

Segundo Crispim, a suspensão dessas benesses pode implicar em uma arrecadação de R$ 10 bilhões ao ano. O projeto prevê o uso desse valor da seguinte forma: 70% destinado à saúde e 30% à criação do fundo de estabilização para combater as altas ocasionadas pela PPI, que é a Política de Paridade de Preço Internacional da Petrobras.