Advogado do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso em operação da Polícia Federal nesta quarta-feira, Daniel Bialski afirmou que seu cliente “estava muito assustado” quando conversou com a defesa após a prisão. Ao R7, o advogado disse que solicitou à Justiça que o ex-ministro não seja transferido para Brasília e que faça a audiência de custódia, marcada para esta quinta-feira na capital federal, por meio de videoconferência.
Em nota, Bialski informou que foi acionado pela manhã enquanto a PF estava cumprindo os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Ribeiro. “Estou atrás das cópias do processo para poder fazer (o pedido de) habeas corpus porque, mesmo sem conhecer profundamente o caso, parece-me que essa prisão preventiva não possui contemporaneidade (os fatos ocorreram há muito tempo) e não haveria nem razão e/ou motivo concreto para essa custódia antecipada. E eu o acompanharei na audiência de custódia designada”.
Ribeiro foi preso em Santos, no litoral de São Paulo, na manhã desta quarta, na Operação Acesso Pago. A ação apura tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Com base em documentos, depoimentos e relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), a PF identificou possíveis indícios de prática criminosa para a liberação de dinheiro público.
O ex-ministro foi preso por suspeita de prática dos crimes de corrupção passiva (que pode ser punida com 2 a 12 anos de detenção), prevaricação (3 meses a 1 ano de reclusão), advocacia administrativa (1 a 3 meses de detenção) e tráfico de influência (2 a 5 anos de reclusão).