O ciclo de alta dos juros no Brasil não foi encerrado com as decisões da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A informação consta da ata do comitê, divulgada nesta terça-feira (21) pelo Banco Central com as razões que motivaram a elevação da taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, o maior patamar em mais de cinco anos.
No documento, os diretores do Copom deixam em aberto a magnitude da nova elevação na próxima reunião do colegiado, marcada para os dias 2 e 3 de agosto.
“Dada a persistência dos choques recentes, o comitê avaliou que somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo não asseguraria, neste momento, a convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante. O comitê optou, então, por sinalizar um novo ajuste de igual ou menor magnitude”, diz o documento.
Na avaliação, os diretores consideram a movimentação a “mais adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”.
Caso seja confirmada, a nova alta representará a 12ª elevação consecutiva de uma série iniciada em março de 2021 para conter a inflação e levará a taxa básica de juros ao maior patamar desde o fim de 2016, independentemente de a variação ser de 0,5 ou 0,25 ponto percentual.
As decisões recentes levam em conta que a taxa Selic é a principal ferramenta monetária para combater a inflação, atualmente em 11,73% no acumulado dos últimos 12 meses e na casa dos dois dígitos desde setembro do ano passado.
Ao aumentar os juros, o BC encarece o crédito, reduz a disposição para consumir e estimula novas alternativas de investimento pelas famílias e empresas, o que tende a puxar os preços para baixo em uma ação para equilibrar a oferta e a demanda pelos bens e serviços disponíveis na economia.
“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, destaca a ata.
(*) com R7