Vítimas da chacina familiar não foram dopadas, aponta Polícia Civil

Inquérito da 4ª DHPP sobre crime ocorrido na zona Sul de Porto Alegre vai ser concluído em breve

Foto: Maheus Piccini / CP

A Polícia Civil deve concluir, nos próximos dias, o inquérito sobre a chacina familiar ocorrida na manhã de 27 de abril deste ano no interior de um sobrado de luxo na rua Dona Maria, no bairro Santa Tereza, em Porto Alegre. Autor dos disparos, o empresário Octávio Driemeyer Júnior, de 44 anos, matou a tiros a esposa Lisandra Lazaretti Driemeyer, de 45 anos, o filho Enzo Lazaretti Driemeyer, de 14, a mãe Delci Driemeyer, de 79, e a sogra Geraldina Lazaretti, de 81. Depois, tirou a própria vida.

A investigação, porém, descartou a suspeita de que o homem tenha dopado os familiares antes do crime. “Não teve nenhuma indicação de que ele tenha dopado”, adiantou o titular da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ª DPHPP), delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, nesta segunda-feira, à reportagem do Correio do Povo. “As perícias vieram na semana passada. O único medicamento que apareceu foi dipirona”, observou, referindo-se aos exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

O delegado disse ainda que os tiros de chumbinho foram mesmo com uma espingarda de caça, recolhida na cena do crime. “Foi um tiro na cabeça de cada um, mas no menino foram dois, sendo um também no peito”, explicou.

O titular da 4ª DHPP afirmou ainda que a motivação dos crimes está ligada a “uma somatória” de fatores. Ele citou, como exemplo, a situação financeira do autor do crime e o falecimento do sogro. “Não temos como ter uma confirmação exata, pois ele não deixou bilhete, não deixou nada”, lembrou.

Na avaliação de Garcia, a questão financeira “deve ter abalado bastante”, embora o empresário tenha realizado uma negociação com o fornecedor da empresa dele, uma distribuidora de alimentos em Canoas. O passo seguinte era negociar com o banco, mas a esposa não sabia dessa necessidade. “A família não tinha ciência das dificuldades”, revelou. A investigação da 4ª DPHPP apurou que os familiares em nenhum momento desconfiaram de nada.

A conclusão do inquérito, cujo relatório está pronto, depende agora do recebimento dos laudos da quebra do sigilo telefônico do empresário. “Ainda não recebemos esse resultado”, resumiu.

O caso ficou registrado como quádruplo homicídio seguido de suicídio. Uma outra pessoa, que é parente da família, escapou por estar no primeiro pavimento, enquanto os crimes ocorreram no andar superior. “O que tentamos foi remontar toda a cena”, sintetizou o delegado, sobre o trabalho investigativo.