Mulher com ensino médio e de 35 a 59 anos é o perfil da maior parte dos eleitores aptos a votar nas eleições de 2022, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com 52,8% dos eleitores, o público feminino também é maioria em quase todos os recortes, por região e escolaridade. Do total de eleitores, os homens correspondem a 47,1%.
Neste ano, 152,1 milhões de pessoas estão aptas a votar, 3,4% a mais em relação às eleições de 2018, quando eram 147,1 milhões de eleitores. O número representa um crescimento de 32,1% se comparado com os dados registrados há 20 anos. Desses, 136,5 milhões são obrigados a votar. Outros 15,5 milhões têm voto facultativo, adolescentes com 16 e 17 anos e idosos com mais de 70 anos.
O voto também é facultativo para os eleitores não alfabetizados. Para as eleições de 2022, declararam-se analfabetos mais de 5,6 milhões de pessoas, o correspondente a 3,7% dos eleitores. Um milhão de pessoas a menos do que o registrado nas eleições de 2018, quando 6,5 milhões disseram à Justiça Eleitoral que não sabiam ler e nem escrever. Segundo o TSE, há ainda 183 mil eleitores com erro nos cadastros.
Quando se trata do nível de instrução, as mulheres são a maioria entre os eleitores de nível superior completo: 60,8%, contra 39,1%. Entre os que têm nível superior incompleto, elas são 55,2% do total, enquanto que os homens representam 44,7%.
As mulheres também são maioria entre os eleitores com ensino médio completo: 56,1% a 43,8%. Os homens são a maior parte entre os eleitores com nível fundamental incompleto (50,6% a 49,2%) e pessoas sem escolaridade informada, mas que sabem ler e escrever (50,5% a 49,1%).
A cientista Maria do Socorro Sousa Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e especialista em Instituições e Comportamento Político, diz que gênero, faixa etária e renda são variáveis que podem explicar o comportamento do eleitor no momento de ir às urnas.
“No caso das mulheres, é um eleitorado que vai ter grande impacto nas eleições. É um eleitorado que cresce e que está se organizando na busca de representação política. Quanto mais concentrada essa preferência, maior a tendência de esse grupo definir as eleições. Por isso, tem se tornado um grupo que desperta interesse de partidos e de políticos.”
No entanto, para Braga, a análise isolada dos dados não expõe o cenário real do eleitorado, por isso, a necessidade de cruzar variáveis. “Existe uma diversidade regional grande e um recorte econômico importante, mesmo quando se divide o eleitorado por gênero. Mas é possível dizer que as mulheres são um grupo que, no geral, têm interesses diferentes dos homens. Elas tendem, por exemplo, a se colocar contra políticos que já foram violentos em suas narrativas e são mais sensíveis aos programas de governo que atendem questões sociais”, explica.
São Paulo, o estado com a maior população do país, continua a ser o maior colégio eleitoral, com 33,1 milhões de eleitores, seguido de Minas Gerais (15,8 milhões) e Rio de Janeiro (12,8 milhões). O estado de Roraima permanece com o menor número de eleitores, com 366.355 de pessoas aptas a votar, mas teve um aumento de 9,7% no número de votantes válidos.
No Distrito Federal, 2,2 milhões eleitores devem ir às urnas – 54% são mulheres e 45,9%, homens. A participação dos jovens também aumentou na capital federal. No comparativo com 2018, o DF apresentou um crescimento de mais de 158% no número de eleitores com menos de 18 anos. Já para os maiores de 70 anos houve um aumento de 32%.
No exterior, 679.188 brasileiros estão com o título regularizado, 281.311 homens e 397.877 mulheres. Os países com maior concentração de brasileiros votantes são Estados Unidos, Japão e Portugal. Assim como no Brasil, a faixa etária de 35 a 59 anos também tem a maioria dos eleitores. Em relação à escolaridade, a maior parte dos eleitores fora do país tem ensino superior completo e 837 pessoas são analfabetas.