Após polêmica, Eduardo Leite abre mão de pensão

Ex-governador anunciou decisão em vídeo divulgado nas redes sociais, nesta tarde

Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

Depois da polêmica envolvendo a pensão recebida como ex-governador, Eduardo Leite (PSDB) anunciou nesta segunda-feira que vai abrir mão do subsídio. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o atual pré-candidato ao Piratini pelo PSDB afirmou que “não considera antiético, imoral ou ilegal” o benefício. Mesmo assim, disse desistir de receber os valores para evitar “narrativas falsas e mal intencionadas”, além de “ataques pessoais” durante a campanha.

“Abro mão para que todo o foco do debate, do nosso lado, esteja no que já fizemos e no que queremos fazer para o Rio Grande e para os gaúchos”, escreveu, na legenda da postagem.

Com a decisão, o ex-governador, na prática abre mão de receber mensalmente, pelos próximos quatro anos, cerca de R$ 19,6 mil – valor correspondente aos 31 meses que ficou no cargo. Sobre o subsídio de quase R$ 40 mil (bruto) que já recebeu na semana passada, o tucano afirmou que “caso seja o entendimento de que será necessário devolver, vai encontrar meios de devolver”.

Caso na Justiça

Na tarde da última quinta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) fixou um prazo de 48 horas, ou seja, até está segunda-feira, para a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) explicar o pagamento do subsídio ao ex-governador. A decisão, assinada pelo juiz Fernando Carlos Tomasi Diniz, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, decorreu de uma ação popular impetrada pelo partido Novo.

Até o fechamento desta reportagem, a PGE ainda não havia respondido à Justiça.

Novo mantém ação

Após a decisão de Leite, nesta segunda-feira, o deputado estadual do Novo, Giuseppe Riesgo, um dos parlamentares que moveram a ação, sustentou, em nota, que “a desistência somente reforça os argumentos do Novo, que não são uma mera ‘fake news’, como afirmou o ex-governador tucano”.

Além disso, a sigla enfatiza, no documento, que vai manter a ação na Justiça para garantir que os valores recebidos pelo ex-governador retornem aos cofres do governo.