O preço da gasolina fica R$ 0,20 mais caro a partir deste sábado, nas refinarias, passando de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, alta de 5,2%. Já o diesel sobe R$ 0,70, de R$ 4,91 para R$ 5,61, aumento de 14,2%.
O reajuste foi autorizado pela Petrobras nesta sexta-feira, após 99 dias sem aumento da gasolina e 39 dias do diesel.
Com a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço para os motoristas passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,96 a cada litro vendido nos postos.
No caso do diesel, que conta com uma mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel em sua composição, a primeira alta em 39 dias fará com que a parcela da empresa no preço ao consumidor passe de R$ 4,42, em média, para R$ 5,05 a cada litro vendido nas bombas.
O aumento nas bombas não é imediato. A estimativa é que os preços aumentem nos postos cerca de um terço do valor do reajuste. A gasolina irá ficar 2% mais cara nos postos e o diesel, 5%.
Em comunicado, a Petrobras afirmou que “tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
A alta dos combustíveis tem sido ponto de tensão entre a Petrobras e o governo federal. Os reajustes constantes impactam a inflação, em ano eleitoral. No caso do diesel, também tem efeito indireto, pressionado os custos dos fretes de produtos como os alimentos, e as passagens de ônibus.
O presidente Jair Bolsonaro disse, logo após o anúncio da Petrobras nesta sexta-feira, que a determinação “pode mergulhar o Brasil num caos”. Ele afirmou que está articulando com a cúpula da Câmara a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a direção da Petrobras, indicada por ele.
As reações contra o aumento também vieram do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) criticaram a Petrobras. O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), falou em dobrar o imposto cobrado sobre o lucro da petroleira para bancar um subsídio ao diesel, seja direto para a empresa ou na forma de uma “bolsa” para caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativo.
Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a criação de um fundo para amortecer os preços dos combustíveis com parte dos dividendos que a estatal paga à União.
No STF, o ministro André Mendonça, determinou que os estados passem a cobrar alíquotas uniformes sobre todos os combustíveis (diesel, gasolina, etanol e gás de cozinha). A estatal também terá que prestar informações ao STF sobre a formação dos preços dos combustíveis nos últimos meses.