As avaliações preliminares da perícia realizada nos restos mortais atribuídos ao jornalista Dom Phillips e ao indigenista Bruno Pereira apontaram a identificação de várias perfurações por arma de fogo. O material passa por análise no Instituto Nacional de Criminalística, na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília.
A previsão é de que o trabalho seja concluído em até uma semana para que os corpos sejam entregues aos familiares. Contudo, os laudos podem demorar um pouco mais. O nível de destruição dos cadáveres dificulta o trabalho de investigação. Os restos mortais de Dom Phillips foram identificados a partir da arcada dentária, comparada com exames realizados anteriormente e entregues pela família. Ainda não há confirmação de que o outro corpo seja de Bruno.
Em depoimento à PF, o pescador Amarildo, que está preso por suspeita de participação nas mortes, declarou que houve disparos de arma de fogo. Os corpos foram queimados e enterrados na tentativa de ocultar as pistas dos crimes.
Não foram identificados um mandante ou organização criminosa por trás das mortes de Dom e Bruno, segundo a PF, o que a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) contesta.
A perícia se concentra no Laboratório de Vestígios, um dos mais de 30 localizados no complexo da PF na capital do país. A investigação ainda tenta entender se o que levou a morte de ambos foram os disparos de arma de fogo ou outra causa anterior a eles.