Pesquisa revela que transporte público atrapalha 4 em cada 10 trabalhadores que buscam emprego

Foto: Cesar Lopes/PMPA/Arquivo

A distância pode ser uma barreira na hora de conseguir emprego, fazer compras, programas de lazer ou até mesmo para algumas oportunidades de trabalho. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, revela que 42% dos usuários de transporte público já passaram dificuldade para arrumar emprego devido ao número de conduções necessárias para chegar ao local de trabalho.

Conforme a pesquisa, nos últimos 12 meses, 27% deixaram de ir a algum lugar ou foram a pé por falta de dinheiro. Um percentual parecido (26%) relata a mesma dificuldade, mas por não ter linha de ônibus, trem ou metrô em um horário específico. Para 22%, o motivo foi a falta de opção de transporte público.

Na opinião da grande maioria (80%), é comum as pessoas deixarem de fazer alguma atividade devido às dificuldades de locomoção. As principais atividades deixadas de lado são, segundo os entrevistados, de lazer (44%), compras (25%) e até mesmo os atendimentos de saúde (23%) e trabalho (23%).

Conforme o levantamento, os brasileiros que residem nas capitais passam cerca de 2h do seu dia no trânsito para ir a lugares como o trabalho, escola, faculdade ou fazer compras, o que equivale a 21 dias/ano. De acordo com os entrevistados, 28% levam de 30 minutos a 1 hora por dia em trânsito e 32% levam de 1 a 2 horas. O tempo médio gasto no trânsito caiu na comparação com o levantamento de 2017 (147,9 minutos), 19%, ou o equivalente a quase meia hora. A pesquisa de 2022 também investigou o tempo gasto nos engarrafamentos, obtendo uma média de 64,5 minutos, o equivalente a cerca de 1h04 minutos do dia.

O meio de transporte utilizado pode variar de acordo com o dia ou com a finalidade do deslocamento. Considerando os deslocamentos gerais do dia a dia, os ônibus foram a modalidade mais citada, mencionada por 50% (caindo para 31% nas classes A e B). Em seguida, apareceram o carro (32% no geral, aumentando para 59% nas classes A e B) e a locomoção a pé (22%). Os apps de transporte foram mencionados por 16%, seguidos de moto (11%) e metrô (11%).

De acordo com a pesquisa, 61% dos entrevistados utilizam aplicativos com serviços de taxi ou transporte particular, 27% utilizam aplicativos de geolocalização e 25% utilizam aplicativos de ônibus. Outras experiências relatadas no dia a dia relacionadas à tecnologia foram a busca de informações sobre o trânsito em sites e aplicativos (49%) e aplicativos para pesquisar os melhores meios para retornar de algum lugar (49%).

A avaliação dos aplicativos de transporte foi majoritariamente positiva em diversos quesitos, mas o campeão foi o conforto, considerado bom ou ótimo por 77%. O tempo de deslocamento (72% de bom ou ótimo), o estado de conservação dos veículos (71%), o atendimento prestado pelos motoristas (69%), e a limpeza (69%) também tiveram boa avaliação. O quesito com maior percentual de avaliação negativa foi o do valor da tarifa, considerado ruim ou péssimo por 20%.