O anúncio da Polícia Federal (PF) de que os restos mortais do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips haviam sido encontrados 11 dias após o desaparecimento dos dois repercutiu na imprensa internacional nesta quinta. Os corpos foram localizados depois que Amarildo dos Santos, preso por ser suspeito do crime, confessou os assassinatos e indicou o local onde havia enterrado as vítimas.
O jornal britânico The Guardian, do qual Dom Phillips era colaborador, destacou na capa do site a manchete “De coração partido: família presta homenagem a Dom Phillips e Bruno Pereira”, enfatizando que o trabalho do jornalista e do ativista era “inspiração para outros colegas da área”.
O jornal americano The Washington Post enfatizou a confissão do suspeito, assim como o francês Le Monde e o também americano The New York Times.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, Amarildo “narrou com detalhes o crime realizado” e enterrou os corpos em um local de difícil acesso, a 3 quilômetros da margem do rio Itaquaí.
O jornal espanhol El País ressaltou que Dom e Bruno são “vítimas de uma guerra”. “Um limite foi ultrapassado na Amazônia, o que aumenta o risco para cada habitante do planeta”, publicou. O canal árabe Al Jazeera repercutiu o caso, destacando que ele pode pressionar o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os restos mortais encontrados pela Polícia Federal chegarão ao Instituto de Criminalística da Polícia Federal nesta quinta-feira. Em coletiva à imprensa, o superintendente regional da PF no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, disse que “há grandes chances” de que os restos mortais sejam do jornalista e do indigenista.
Além de Amarildo, o irmão dele, Osoney da Costa, está preso. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha das vítimas. Uma terceira pessoa também é investigada.
“Agora vamos descobrir as causas das mortes e dos crimes. Ainda estamos na parte investigativa e realizando diligências, e novas prisões devem ocorrer. Todas as forças de segurança estão unidas e trabalhando de forma ininterrupta. O objetivo é reunir todas as provas de forma segura”, acrescentou o superintendente da PF.
Bolsonaro lamenta
O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, nesta quinta-feira, para lamentar os assassinatos do indigenista e do jornalista britânico. “Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos”, escreveu o chefe do Executivo.