Um dos pescadores detidos pela Polícia Federal no Amazonas confessou ter matado, esquartejado e ateado fogo nos corpos do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo, desaparecidos desde o dia 5 deste mês na região do Vale do Javari. Presos, Osoney da Costa e Amarildo dos Santos foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha da dupla.
De acordo com informações obtidas pelo portal R7, um dos suspeitos informou o local em que os corpos foram incendiados e equipes da Polícia Federal foram até a região para confirmar a informação.
A Polícia Federal levou um dos suspeitos ao local onde ocorrem as buscas. No começo da tarde, o pescador entrou em uma lancha com as equipes policiais e seguiu para o ponto onde disse ter cometido os crimes. Encapuzado, ele foi colocado na parte da frente da embarcação para indicar o caminho.
Além disso, a PF analisa o material orgânico encontrado em um rio na localidade e compara com amostras de DNA entregues pelas famílias do jornalista e do servidor. Entre o material avaliado está um estômago humano.
Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo desapareceram enquanto faziam entrevistas para a produção de um livro e reportagens sobre invasões nas terras indígenas da região. Eles partiram rumo à cidade de Atalaia do Norte, mas não chegaram ao destino. Itens pertencentes a eles, como mochila, botas e uma calça já tinham sido encontrados na semana passada.
Decisão judicial exige segurança na região
Mais cedo, a Justiça Federal condenou a Fundação Nacional do Índio (Funai) a providenciar medidas de segurança pública a servidores do órgão e aos povos indígenas no Vale do Javari, no Amazonas.
No processo, a Defensoria Pública da União (DPU) destacou que as forças de segurança pública devem garantir a integridade física dos colaboradores da Funai e dos povos originários em todas as Bases de Proteção do Vale do Javari – Quixito, Curuçá e Jandiatuba -, e nas sedes das coordenações regionais e da Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental do local.f