Diversas entidades lançaram, nesta quarta-feira, no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, uma mobilização contra o avanço da fome e da insegurança alimentar no Rio Grande do Sul. O intitulado de “Movimento Rio Grande Contra a Fome” prevê ações como o fortalecimento do trabalho realizado pela Defesa Civil Estadual, que durante todo ano arrecada e destina alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade.
A coordenadora executiva no movimento, Paola Carvalho, destacou a importância de envolver diversos órgãos para dar visibilidade e suporte às ações de garantia alimentar. “A ideia é massificar a mobilização e a solidariedade na busca de apoio e contribuições”, disse. Ainda segundo ela, devem ser fortalecidas ações como arrecadação de alimentos, debates e reuniões públicas regionais em Câmaras de Vereadores. “Não é possível sonhar, não é possível estudar, não é possível viver com fome”, complementou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), destacou que essa é a primeira fase de um movimento coletivo de sensibilização e lembrou que outras entidades podem se unir à ideia. “Os números falam por si: 60% da população brasileira está hoje em situação de fome ou insegurança alimentar. Onde a fome entra, a educação, a saúde e a dignidade não entram, ou demoram para entrar”.
Oliveira explicou que a central de doações da Defesa Civil vai ser o foco da etapa inicial e que ainda devem ocorrer seminários e mutirões. “Também vamos discutir formas legais e reforçar o trabalho das cozinhas solidários e demais pequenas entidades que, por questões burocráticas, não podem firmar parcerias diretas com o poder público, mas que realizam um trabalho fantástico de solidariedade”, disse.
A iniciativa reúne, até o momento, Assembleia Legislativa, Governo do Estado, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública do RS e Tribunal de Contas do Estado.
Números da Fome
Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), a fome passou a ser uma realidade para 33,1 milhões de pessoas no Brasil em 2022. Já a situação de insegurança alimentar leve, moderada ou grave atinge hoje 125,2 milhões, quase 60% da população brasileira.