Operação prende ex-diretor da EGR e servidor público por suspeita de corrupção

Investigação mira cartel, superfaturamento e sobrepreço em licitação

Investigação da Polícia Civil teve o apoio do Ministério Público e da Fazenda Estadual. Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Um ex-diretor da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e um servidor da Secretaria Estadual de Logística e Transportes (SELT) foram presos, nesta terça-feira (14), em decorrência de uma operação contra irregularidades em contratos. A força-tarefa, que recebeu o nome de “Nova Praça” cumpriu ainda oito mandados de busca, em Porto Alegre e São Leopoldo.

Dentre os endereços percorridos, estão as residências de outras duas pessoas ligadas ao antigo gestor da estatal. Os alvos não tiveram as identidades confirmadas até o momento. A investigação, que teve o apoio da Contadoria e Auditoria Geral do Estado, identificou a formação de um cartel, superfaturamento e sobrepreço em licitação da empresa.

Todas as 12 praças de pedágio administradas pela estatal à época das fraudes foram envolvidas no esquema, que beneficiava as administradoras dos pedágios. Seis contratos de manutenção de praças teriam sido prorrogados, em 2021, contrariando apontamentos expressos de órgãos competentes de controle e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Desde 2019, as empresas em questão – que foram selecionadas por meio de licitação, aberta um ano antes do início do contrato – receberam cerca de R$ 89 milhões da EGR. Ainda conforme a apuração do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), havia também uma espécie de “escritório paralelo” para a concessão das benesses.

Contraponto

Em nota enviada à Rádio Guaíba, a Empresa Gaúcha de Rodovias informou que “já está colaborando totalmente com o MP e a Polícia Civil para a elucidação dos fatos apontados na operação”. Ainda conforme a estatal, “todos os serviços oferecidos aos usuários nas rodovias seguem em pleno funcionamento, sem qualquer interrupção”.