A sequência de altas da taxa básica de juros da economia brasileira para segurar o avanço da inflação ganha um novo capítulo nesta semana. Atualmente em 12,75% ao ano, a taxa Selic deve ser novamente ajustada e renovar o maior patamar desde o início de 2017 na decisão ser anunciada amanhã (15) pelo Copom (Comitê de Política Monetária).
Nesta terça, o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.
Assim como no mês passado, a primeira sessão dos encontros do Copom, voltada à análise de cenários e conjuntura, será feita na manhã e na tarde desta terça-feira (14) e também na manhã de quarta-feira (15).
Amanhã, o comitê projeta as possibilidades futuras e define o novo nível da taxa Selic. A decisão a respeito dos novos juros será anunciada após as 18h30, e ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
No último encontro, quando aumentou a Selic para 12,75% ao ano, o Copom afirmou que a decisão tem o objetivo de conter a inflação, atualmente a caminho de fechar 2022 acima do teto da meta pelo segundo ano consecutivo, e indica preocupação com o futuro dos preços de commodities (matérias-primas).
Também ficou sinalizado o novo salto dos juros básicos, com uma extensão do ciclo de altas em um ajuste de menor magnitude do que o salto de 0,75 ponto percentual. “Tal estratégia foi considerada a mais adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”, destaca a autoridade monetária na ata da última reunião.
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.