O presidente Jair Bolsonaro definiu, nesta segunda-feira, como “especulação” a informação de que, supostamente, pediu ajuda ao líder estadunidense, Joe Biden, na candidatura à reeleição neste ano.
“Não existe isso aí. Teve uma reunião, que chama de bilateral ampliada, no total (com) umas 20 pessoas presentes. Foram 30 minutos de conversa. E depois eu pedi uma reservada com o Joe Biden. Daí, nessa reservada, tinha eu, o ministro Carlos França (Relações Exteriores), nosso embaixador. Do lado do Biden, tinha o embaixador dele e uma intérprete”, afirmou, em entrevista à CBN Recife.
“O que nós tratamos ali é reservado. Cada um pode falar o que bem entender. Agora, não cita a fonte, segundo ‘tal pessoa’. O que eu conversei com o Biden não sai de mim e não sai do França. Assim como o que eu conversei com o (Vladimir) Putin, em fevereiro deste ano, quando fui lá tratar, entre outras coisas, de fertilizantes, fica entre nós. É especulação”, completou.
No sábado, a agência de notícias norte-americana Bloomberg informou que Bolsonaro pediu ajuda a Biden para vencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
O pedido ocorreu, segundo a agência, durante a reunião que tiveram às margens da Cúpula das Américas, realizada na última semana em Los Angeles, nos Estados Unidos. No encontro, ao receber o pedido de ajuda, Biden mudou de assunto, de acordo com uma fonte.
Eleições
Bolsonaro voltou a criticar o ministro Edson Fachin, que comanda o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e disse que o magistrado é petista e que deve favores a Lula, além de ter levantado suspeitas sobre o processo eleitoral. “Onde está o Fachin agora? É o presidente do TSE. Eu tenho que acreditar nele? Ele é petista, é um lulista. Ele deve favores ao Lula. Ele botou o Lula em liberdade”, disse, em referência a uma decisão dada pelo ministro, em março de 2021, que anulou condenações do ex-presidente.
Na entrevista, Bolsonaro afirmou, sem apresentar provas, que houve fraude no último pleito eleitoral e que hackers interferiram na votação do primeiro turno. Depois, disse que o mandante não realizou o pagamento e, por isso, os suspeitos não atacaram o sistema no segundo turno, em que ele derrotou Fernando Haddad (PT).