Órgão internacional solicita que Brasil redobre esforços na busca por indigenista e jornalista

Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA notificou o Brasil a responder em sete dias sobre as providências

Foto: Redes Sociais/Reporodução

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA) aprovou, neste sábado, uma medida cautelar solicitada por um grupo de entidades brasileiras para que o governo redobre os esforços a fim de encontrar o indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian. Ambos seguem desaparecidos desde o último domingo na Amazônia. Um suspeito está preso, mas nenhuma pista do desaparecimento chegou a ser obtida.

No documento, a organização pede que o governo “informe, dentro do prazo de sete dias contados a partir do dia seguinte da notificação” sobre a adoção das medidas cautelares requeridas e que atualize periodicamente essas informações.

A organização cita que, na última sexta-feira, a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, pediu para que as autoridades brasileiras redobrem os esforços no processo de busca pelos desaparecidos, sob a conclusão de que o governo brasileiro deu uma resposta inicial “lenta”.

“Agora, saudamos que após decisão judicial as autoridades tenham empreendido mais meios para procurar esses dois homens. Mas, inicialmente, a resposta foi lenta e eu entendo que foram os grupos da sociedade civil, incluindo as populações indígenas, que estavam na liderança para tentar descobrir o que aconteceu com eles”, afirmou a porta-voz.

A medida cautelar havia sido solicitada na última quinta-feira por sete organizações, incluindo o Instituto Vladimir Herzog e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Bruno e Dom desapareceram no último domingo, depois de visitarem a uma comunidade ribeirinha. O retorno à cidade de Atalaia do Norte era previsto para o período da tarde, mas não ocorreu. Na quinta-feira, a Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Bruno e Dom. Em audiência de custódia, ele alegou ter sofrido tortura das autoridades.