Fachin responde Ministério da Defesa dizendo que TSE acolheu 10 sugestões das Forças Armadas

Do quantitativo, quatro foram parcialmente acolhidas, listou ministro. Militares apresentaram 15 proposições

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, enviou neste sábado ao Ministério da Defesa um levantamento que mostra todas as sugestões que foram recebidas pela Corte de integrantes da Comissão de Transparência das Eleições (CTE), especificando quantas foram rejeitadas e quantas foram acolhidas em 2022. Conforme o documento, os militares enviaram 15 sugestões, sendo que seis foram acolhidas integralmente, quatro parcialmente e uma rejeitada. Outras quatro serão estudadas no próximo ciclo eleitoral (2023-2024).

O levantamento enviado pelo presidente do tribunal mostra que, dessas sugestões, três foram encaminhadas pelo próprio ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, sendo uma acolhida integralmente e outra parcialmente. A terceira vai ser analisada no próximo ciclo eleitoral.

A ação ocorre depois que o ministro Paulo Sérgio enviou um ofício, na sexta-feira, ao presidente do TSE reclamando que as Forças Armadas não se sentem prestigiadas pela Corte, já que não foram acatadas sugestões de melhorias para o sistema eleitoral dadas pelos militares.

O presidente do tribunal pontua que o levantamento “sintetiza uma parcela do intenso esforço do TSE para aprofundar a transparência do processo eleitoral e a responsividade em relação às contribuições recebidas dos integrantes da CTE”. A comissão, criada pelo tribunal para coletar recomendações de órgãos públicos e da sociedade civil, busca aprimorar o processo eleitoral. No ano passado, a Corte convidou as Forças Armadas para integrar o grupo.

Fachin ressaltou, em resposta à Defesa, que “um quantitativo muito significativo de sugestões apresentadas pelos membros da CTE foi acolhido”. Foram recebidas 44 sugestões e propostas, segundo o ministro, sendo que 32 foram total ou parcialmente acolhidas e uma rejeitada. Onze serão estudadas no novo ciclo eleitoral (2023-2024).

A proposta negada partiu do general Heber Garcia Portella, que é comandante de Defesa Cibernética do ministério. Nela, ele recomenda “que o relatório de abstenções seja disponibilizado à sociedade a fim de aumentar a superfície de fiscalização do processo eleitoral disponível, caso haja amparo legal para tal medida”, assim como que sejam disponibilizados os dados de óbitos com maior facilidade.

O tribunal avaliou que os lançamentos de cancelamento ou suspensão são implementados pela zona eleitoral até a véspera da eleição por meio de um sistema. “Tais anotações ficarão registradas no histórico do eleitor, mas só irão mudar a situação da inscrição para ‘cancelado ou suspenso’ com a reabertura do cadastro eleitoral, após o pleito”, pontuou.

O ministro ressaltou que o último ofício do Ministério da Defesa “não trouxe elementos técnicos substancialmente distintos dos que analisamos na manifestação anterior”.

“Diálogo permanente”
O ministro também enviou um resumo das reuniões e atividades da CTE, ressaltando os encontros com as Forças Armadas. No dia 2 de dezembro do ano passado, como pontuado por Fachin, integrantes da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE receberam uma comitiva de militares da área de cibersegurança das Forças Armadas “a fim de prestar esclarecimentos sobre o funcionamento das urnas e do processo eleitoral informatizado”.

“Anote-se que, para além dos encontros coletivos assinalados, o TSE mantém relação bilateral cooperativa com o Ministério da Defesa, objetivando, com isso, diálogo e colaboração técnica”, pontuou. Fachin lembrou que no dia 16 de março houve uma audiência com o então ministro da Defesa, general Braga Netto. Depois, no dia 6 de abril, pontuou que ele Fachin e Alexandre de Moraes receberam o o ministro Paulo Sérgio.

O ministro continua, explicando que no dia 20 de abril, houve nova reunião com o general, ocasião em que ele apresentou sugestões das Forças Armadas para o aperfeiçoamento do processo eleitoral.

“Com o presente relato, evidencia-se que o TSE mantém relação dialogal permanente com as partes integrantes da Comissão de Transparência das Eleições, oportunizando a apresentação de contribuições, a análise de propostas e a assimilação de todas as ideias inovadoras que se mostram tempestivas em relação ao calendário eleitoral e viáveis sob os pontos de vista técnico, logístico e operacional”, frisou.