A Polícia Civil prendeu preventivamente, na manhã deste sábado (11), a mãe e o padrasto da menina Mirella – criança de três anos que foi levada sem vida a um posto de saúde de Alvorada, na Região Metropolitana, em 31 de maio. O homem, de 27 anos, e a mulher, de 24, são suspeitos da prática do crime de tortura-castigo com resultado morte.
Os exames feitos no corpo da vítima revelaram múltiplas lesões, antigas e atuais, além de marcas de queimadura e uma severa hemorragia abdominal. O sangramento teria sido a causa da morte de Mirella. Testemunhas ouvidas no decorrer da investigação relataram que a menina estava sempre com medo, chorando e machucada.
Alguns dos depoimentos deram conta de que os hematomas da criança eram visíveis e apareciam de forma recorrente. Ela tinha medo do padrasto e, volta e meia, resistia a voltar para casa com a mãe. O histórico médico de Mirella revelou várias entradas em unidades de saúde por fraturas, escabiose e até queimaduras.
A Polícia Civil concluiu que a vítima foi submetida a violência, grave ameaça, agressões físicas, privações, negligência e intenso sofrimento físico e mental. O homem, que estava escondido em Santa Catarina, e a mulher, presa em Canoas, foram encaminhados ao sistema prisional. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias.
Relembre o caso
A morte de Mirella, em 31 de maio, causou revolta nas redes sociais e na comunidade de Alvorada. Na oportunidade, a criança de três anos foi levada sem vida a um posto de saúde, que acionou as autoridades. Revoltados com a informação de que a criança estava machucada, moradores fizeram passeatas pedindo justiça pela vítima.
A barbearia onde o padrasto dela trabalhava foi invadida e incendiada. Dias depois, em entrevista exclusiva à Record TV RS, a mãe da criança afirmou desconhecer as causas da morte da filha e culpou o companheiro pela fatalidade. “Espero justiça, muita justiça. O que ele fez que pague até o último suspiro dele por ter tirado a minha bebê de mim”, disse.