Porto Alegre: superlotação nas UPAs é de até três vezes acima da capacidade

Nos hospitais, cenário também é crítico e supera os 150% de ocupação

Foto: Grupo Hospitalar Conceição/Divulgação

As unidades de pronto-atendimento (UPAs) de Porto Alegre encerraram a semana em situação ainda mais preocupante. A superlotação média, nesta sexta-feira, era de 170,11%. Na segunda, conforme o monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o índice era de 155,56%.

Ainda conforme a Pasta, das quatro unidades incluídas no painel de controle do município, a UPA Moacyr Scliar, na zona Norte, é a que registra o pior cenário. De acordo com a SMS, o local registra lotação de 294,12% – o equivalente a quase três vezes acima da capacidade. O panorama é similar ao início da semana quando a instituição atendia com ocupação de 282,35%.

Na sequência, o pronto atendimento da Lomba do Pinheiro, na zona Leste, aparece como a segunda unidade com pior desempenho. O que chama atenção, neste caso, é o salto registrado durante a semana. Da última segunda até hoje, o pronto-atendimento passou de 111,11% para 266,67% de lotação.

Em seguida, aparecem os pronto atendimentos da Bom Jesus, também na zona Leste, e o da Cruzeiro, na zona Sul, que atendem com taxas de 242,86% e 183,33% de ocupação, respectivamente.

Entre os hospitais, o panorama também é inquietante. Em média, a superlotação registrada nas emergências era de 153,98%, no fim da tarde desta sexta. Os destaques negativos vêm da Santa Casa e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, operando com taxas de 250% e 219,64% de ocupação.

Já nas demais cinco instituições monitoradas pela SMS, a média de ocupação varia dos 111% até os 190%. Na última segunda, esse índice ficava entre 76,92% até os 161,90%.

Mais leitos

Na última quarta-feira, o secretário municipal de Saúde, Mauro Sparta, esteve reunido com a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann. A pauta do encontro era justamente a alta demanda das emergências de Porto Alegre e região Metropolitana.

Durante a reunião, Estado e município definiram buscar, em conjunto, a possibilidade da abertura de até 150 novos leitos clínicos em hospitais e pronto atendimentos da região e municípios próximos, assim como priorizar a regulação de pacientes, nos municípios de origem, àqueles que tenham perfil favorável para serem atendidos perto de onde vivem.