Decisão de Barroso sobre buscas na Amazônia desagrada Forças Armadas

Ministro do STF deu prazo de cinco dias para que União detalhe o que vem sendo feito para encontrar jornalista e indigenista

Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados

Causou indignação no Palácio do Planalto, no Ministério da Defesa e entre a cúpula das Forças Armadas a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de dar cinco dias à União para que envie um relatório detalhando o que vem sendo feito nas buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista brasileiro Bruno Pereira, desaparecidos desde domingo no Amazonas.

Segundo uma das fontes ouvidas pelo Blog do Nolasco, do portal R7, a decisão “causou uma indignação grande, porque já estamos [Forças Armadas], desde o dia que soubemos do desaparecimento, empregando praticamente 170 homens e três helicópteros”.

Dom Phillips e Bruno Pereira foram vistos pela última vez na região do Vale do Javari, onde produziam um livro-reportagem sobre invasões de áreas indígenas na Amazônia.

Um general disse ainda ao Blog do Nolasco: “Isso está dando uma repercussão tão ruim no meio nosso… O pessoal está se f… lá desde domingo andando na selva procurando os dois. Estamos fazendo isso por uma ação humanitária, não é missão das Forças Armadas [fazer esse tipo de busca]“, completou.

Além dos cinco dias para o governo detalhar as buscas pelos desaparecidos, Barroso estabeleceu R$ 100 mil de multa em caso de descumprimento do prazo. O ministro atendeu a um pedido da Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A entidade alega que o governo federal não vem empregando todos os esforços nas buscas.