PF busca sangue e digitais na lancha usada por suspeito de desaparecimento na Amazônia

Perícia usa luminol para tentar encontrar vestígios de amostra biológica e digitais de indigenista e jornalista

Foto: Reprodução/R7

A Polícia Federal informou nesta quinta-feira que busca vestígios de material genético na lancha usada por Amarildo da Costa de Oliveira, preso por suspeita de envolvimento no desaparecimento do indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Amazonas.

“Com o uso de luminol, as equipes investigam a possibilidade da existência de vestígios de amostra biológica e digitais deixadas na lancha, tanto pelo suspeito quanto pelos tripulantes”, informou a PF.

Amarildo, conhecido como “Pelado”, é pescador. Preso nessa quarta-feira, ele tinha munição de uso restrito, chumbinhos e uma substância entorpecente. Ele nega qualquer relação com o sumiço dos dois homens.

O Vale do Javari, onde a dupla desapareceu, é palco de conflitos que envolvem garimpo, extração de madeira, pesca ilegal e narcotraficantes. Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena fica localizada no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados — a maior população indígena não contatada do mundo.

A área é a segunda maior terra indígena do país — atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares. O acesso é restrito, feito apenas por avião ou barco.

A operação em busca dos desparecidos conta com o apoio do Exército, Marinha, Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e Polícia Federal (PF). Cerca de 250 pessoas seguem trabalhando no caso, incluindo militares especialistas em operações em ambiente de selva que conhecem o local das buscas. Duas aeronaves, três drones e 20 viaturas foram deslocados ao município para auxiliar nas investigações.