PF acha indício de sangue em lancha e pede prorrogação de prisão de pescador em Manaus

Homem é suspeito de envolvimento no desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo

Foto: Reprodução/R7

A Polícia Federal encontrou vestígios de sangue no barco do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, visto seguindo o barco usado pelo jornalista Dom Phillips e o jornalista Bruno Araújo, desaparecidos no Amazonas. O material vai passar por análise forense em Manaus. A PF já pediu a prisão temporária do suspeito.

Ambos desapareceram durante a produção de um livro e de reportagens no Vale do Javari, quando seguiam pelo rio em direção à cidade de Atalaia do Norte. A confirmação, pela PF, de vestígios de sangue na embarcação representa a primeira pista sobre o sumiço da dupla.

Preso nesta semana, Amarildo, em princípio, não era suspeito de envolvimento no caso. A prisão em flagrante ocorreu após ele ter sido encontrado com munição de fuzil calibre 762, de uso restrito. No entanto, as novas pistas, e a localização da lancha dele o deixaram na condição de suspeito. A corporação pediu a prisão temporária, inicialmente de cinco dias, que pode ser convertida em prisão preventiva.

O pescador vinha sendo defendido por procuradores das cidades de Atalaia do Norte e Benjamim Constant. Mas os advogados deixaram o caso após o fato ganhar repercussão na imprensa. O portal R7 apurou que o Ministério Público Federal (MPF) já tinha recebido denúncias de ameaças contra colaboradores da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, entre eles, Bruno Araújo. Uma reunião chegou a ser feita entre representantes do MPF e os ativistas antes dos desaparecimentos e as investigações seguem sob sigilo.

O Brasil passa por pressão nacional e internacional para que o governo empregue recursos e pessoal suficiente para cobrir a área, remota, no interior da Amazônia, em busca de Phillips e Araújo. Protestos chegaram a ocorrer na Cúpula das Américas, em Los Angeles, em razão do caso.