OCDE estima crescimento de 0,6% para a economia brasileira em 2022

Economia
Crédito: Freepick

A economia brasileira deverá crescer apenas 0,6% em 2022, enquanto o avanço da economia mundial será de 3%. As estimativas são de um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para quem a alta da inflação, a guerra na Ucrânia, a lenta recuperação do mercado de trabalho e as incertezas políticas por conta das eleições presidenciais em outubro são alguns dos fatores que contribuem para a “desaceleração considerável” da atividade econômica no país.

Para a organização, o PIB brasileiro deverá crescer menos que o estimado inicialmente. A previsão era de aumento de 1,4% no último relatório, divulgado em dezembro, percentual que chega a 3% nas projeções de expansão do PIB global neste ano.

A OCDE ressalta que, apesar das exportações brasileiras de commodities estarem ganhando força, a inflação alta, que deve atingir 9,7% neste ano nos cálculos da organização, prejudica a expansão do consumo, afetando o desempenho da economia. Segundo a organização, em razão da deterioração do clima econômico no Brasil, as previsões de crescimento são limitadas neste ano e no próximo. A inflação e o aperto monetário, com aumento dos juros, restringem a demanda doméstica e externa. Além disso, os salários não estão se recuperando rápido o suficiente para compensar o fim do auxílio emergencial durante a pandemia e a alta nos preços, diz o estudo.

A inflação no Brasil deve, segundo a organização, começar a diminuir com o aperto monetário e a redução de incertezas após a eleição presidencial, mas voltará a aumentar no início de 2023, quando o embargo europeu ao petróleo da Rússia entrar em vigor. “A inflação no Brasil permanecerá alta em 2023 e não deve atingir a meta no horizonte de projeção”, afirma o relatório.