Com ocupação média de até 155%, emergências para adultos seguem superlotadas em Porto Alegre

Situação mais crítica ocorre nas UPAs nesta segunda-feira

Foto: Mauro Schaefer/Correio do Povo

As emergências para os adultos em Porto Alegre permanecem operando com superlotação. Nesta segunda-feira, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a situação mais crítica ocorre nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), onde a lotação média chega a 155,56%.

O pior cenário é o da UPA Moacyr Scliar, na zona Norte, com ocupação de 282,35%. No local, com capacidade máxima para 17 pessoas, há 48 pacientes internados em observação. Na sequência vem o Pronto Atendimento da Bom Jesus, na zona Leste, com lotação de 228,57%: 20 pacientes para sete leitos disponíveis.

Já os pronto atendimentos da Cruzeiro do Sul e da Lomba do Pinheiro, atendem com 158,33% e 111,11% de ocupação, respectivamente. No entanto, o tempo de espera na unidade da zona Sul é superior a uma hora. No pronto atendimento da zona Leste, chega a quase três horas e meia.

Entre os hospitais da capital, o panorama das emergências para adultos também é preocupante. A pior situação é registrada no Hospital de Clínicas, com taxa de ocupação de 223,64%. A instituição comporta 53 leitos, mas recebe 123 pacientes. A Santa Casa é outra casa de saúde que opera com superlotação superior a 200%. Com 24 leitos, o local recebe 51 pacientes na tarde desta segunda.

Nas demais cinco instituições monitoradas pela SMS a lotação varia entre 76,92% e 161,90%, cujas situações equivalem a níveis “bom” e “moderado”.

Pediatria

Se nas emergências para adultos o cenário é crítico, nas alas para crianças a situação é menos preocupante. A lotação média nos hospitais é de 86,11%, enquanto que nas UPAs a ocupação das emergências destinadas ao público infantil é de 72,22%.

No entanto, apesar de apresentar índices adequados, o tempo de espera para o atendimento de crianças no Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro pode chegar até uma hora e quinze minutos.

Análise de internação

Nesta segunda-feira, a SMS divulgou uma análise das internações por síndrome respiratória aguda grave (Srag). Conforme a Pasta, foram coletadas 1.869 amostras de secreções respiratórias de pessoas internadas por Srag em hospitais da capital e de pacientes com síndromes gripais (SG) atendidos na UPA Moacyr Scliar.

Desse total, 80% são de pacientes internados por Srag e 20% pacientes atendidos com SG em ambulatório. Além disso, 553, ou 30%, tiveram resultado positivo para Covid-19 (20%), Influenza (5%) e Vírus Sincicial Respiratório (5%).

Entre as amostras positivas para Covid, 15% são de pacientes com menos de 19 anos; 34%, em pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Quando se trata de influenza, o percentual é aproximado. Crianças, adolescentes e jovens com menos de 19 anos correspondem a 35% dos casos; e idosos, a 39%.