A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta para o risco de o litro do óleo diesel atingir R$ 10 no segundo semestre do ano, com impactos ainda mais severos sobre a inflação e às vésperas da colheita da safra agrícola, quando aumenta a demanda pelo derivado. Conforme levantamento semanal feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no período de 29 de maio a 4 de junho, o diesel apresentou a segunda semana de queda no preço do litro, passando de R$ 6,91 para R$ 6,88.
Análises feitas pela área econômica da FUP indicam que estão dadas as condições para nova escalada de preços dos combustíveis: com estoques globais em níveis historicamente baixos, resultando na valorização das cotações de referência e dos prêmios de exportação, a gasolina e o diesel estão cerca de US$ 60 por barril acima do preço do petróleo.
Segundo projeções, o barril de petróleo poderá chegar à faixa de US$ 120 nos próximos dias, e não está descartada a possibilidade de atingir o pico de US$ 130/ US$ 140 no final de junho ou início de julho. Soma-se a isso o custo do frete, em torno de US$ 9,20 por barril de diesel importado do Golfo Arábico ou da Índia (únicos pontos disponíveis atualmente), para o Brasil, o que elevará o preço do derivado para US$ 196, até US$ 200.
Consultorias prevêem o segundo semestre mais difícil, não somente pela temporada de furacões nos Estados Unidos (junho a novembro) – que traz incertezas no refino do Golfo Americano e maior volatilidade de preços – como também pelo aumento de demanda do derivado no Hemisfério Norte.