A taxa de desemprego no Brasil chegou ao trimestre encerrado em abril com 10,5%, com a falta de trabalho ainda atingindo 11,3 milhões de brasileiros. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e chegou a 96,5 milhões de pessoas ocupadas, o maior da série histórica iniciada em 2012, alta de 1,1% na comparação com o trimestre de novembro a janeiro e de 10,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), e revelam uma evolução comparado ao levantamento anterior, quando a taxa chegou a 11,1%, atingindo 11,949 milhões de pessoas. Na mínima da série histórica, registrada em 2014, chegou a 6,5%. O rendimento real habitual, de R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril, apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior e redução de 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A massa de rendimento real habitual (R$ 242,9 bilhões) cresceu frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.
No trimestre até abril, o país tinha 11,3 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 5,8% frente ao trimestre anterior (menos 699 mil pessoas) e queda de 25,3% frente a igual período do ano anterior (menos 3,8 milhões de pessoas).
Já a força de trabalho – que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade – estava em 107,9 milhões no trimestre até abril de 2022, 0,4% a mais do que no trimestre imediatamente anterior (mais 384 mil pessoas), e 5,1% acima/abaixo de igual período do ano anterior (mais 5,2 milhões de pessoas). O montante também é recorde para a série da pesquisa.
“Nesse trimestre, estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres”, destaca Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
A população desalentada (4,5 milhões de pessoas) caiu 6,4% em relação ao trimestre anterior (menos 303 mil pessoas) e 24,6% (menos 1,5 milhão de pessoas) na comparação anual. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (4,0%) caiu 0,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior e 1,5 p.p. frente ao mesmo trimestre do ano anterior, quando foi de 5,4%.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (não inclusos os trabalhadores domésticos) foi de 35,2 milhões de pessoas, subindo 2,0% (690 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 11,6% (acréscimo de 3,7 milhões de pessoas) na comparação anual. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (12,5 milhões de pessoas) foi o maior da série. Este contingente apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior e teve alta 20,8% (2,2 milhões de pessoas) no ano.
O número de trabalhadores por conta própria (25,5 milhões de pessoas) manteve-se estável na comparação com o trimestre anterior, mas subiu 7,2% (mais 1,7 milhão de pessoas) no ano. O número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões de pessoas) apresentou estabilidade no confronto com o trimestre anterior e subiu 22,7% (mais 1,0 milhão de pessoas) no ano.