Piratini pede novos estudos antes de conceder bloco de rodovias que inclui a ERS-118

Previsão inicial era de que edital fosse ser lançado no primeiro trimestre

Foto: Secretaria Estadual de Logística e Transportes/Divulgação

O Governo do Rio Grande do Sul anunciou, nesta terça-feira (31), que dará um passo atrás no processo de concessão do bloco de rodovias que inclui a ERS-118. A ideia, que se tornou pública no ano passado, enfrenta a resistência de parte da população – que vê com maus olhos a possibilidade de instalação de praças de pedágio na estrada.

Inicialmente, o Palácio Piratini projetava a publicação do edital que viabilizaria o leilão para o primeiro trimestre. Agora, o projeto – abrange 40,7% da população gaúcha, em sua zona de influência – volta à estaca zero, para a reavaliação de viabilidade. O governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) admite que a ERS-118 pode até ser retirada do bloco.

“Uma das possibilidades que o estudo poderá apontar é justamente esta. Ele é amplo. O bloco se sustenta sem a ERS-118? Talvez possamos entender que o bloco pode seguir sem ela. Neste caso, poderíamos criar um novo lote, ou até conceder a rodovia em separado”, afirma o chefe do Executivo gaúcho.

Também fazem parte do chamado Bloco 1 de concessões as ERS-239, ERS-474, ERS-040, ERS-115, ERS-235, ERS-446 e a ERS-020. Dentre as hipóteses que serão analisadas está a instalação de apenas uma praça de pedágio na ERS-118, entre Viamão e Gravataí, ou duas – com outro ponto de cobrança entre Gravataí e Sapucaia do Sul.

“Ali há características diferentes, por ser uma rodovia próxima a um trecho metropolitano. Também há a discussão de um trecho duplicado com recursos públicos, e um outro que não foi feito. Estamos voltando à prancheta para apresentar alternativas, em, no máximo, 90 dias”, explica o secretário de Parcerias do Rio Grande do Sul, Leonardo Busatto.

Em março, o coordenador do Movimento RS-118 Sem Pedágio, Darcy Zottis, protocolou uma ação popular para retirar a rodovia da lista de estradas que serão repassadas à iniciativa privada. Ele defende que a instalação de uma praça de pedágio na região vai inibir novos investimentos e expulsar empresas já instaladas naquela região.

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O Piratini também atualizou a situação dos demais lotes de rodovias que serão concedidas. O chamado Bloco 2, que compreende as ERS-135, ERS-324, ERS-129, ERS-130, RSC-454, ERS-128 e a BRS-270, terá o edital publicado no mês de junho. O leilão será realizado na B3, e prevê R$ 4,12 bilhões em investimentos nos 30 anos de contrato.

Já o Bloco 3, arrematado em abril, está com o contrato em fase de elaboração. O lote tem trechos de seis estradas (ERS-122, ERS-240, RSC-287, ERS-446, RSC-453 e BRS-470), que vão receber R$ 3,4 bilhões em investimentos nas próximas três décadas. Somadas, as rodovias envolvidas no negócio contam, atualmente, com nove praças de pedágio.