A Corregedoria-Geral da Brigada Militar está pedindo o afastamento de mais dez policiais militares, todos da Força Tática do 11º BPM, durante as investigações do Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o caso do torcedor do Brasil Pelotas Rai Cardoso Duarte, 33 anos, ainda internado em estado grave na UTI do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. O pedido já chegou ao Comando-Geral da BM. O número exato de afastados ainda não está decidido, conforme apurou a reportagem do Correio do Povo junto a fontes da segurança pública.
O IPM, instaurado logo após a internação do torcedor, deve ser concluído em 40 dias, prazo que pode ser prorrogado por mais 20 dias em caso de necessidade. Depois disso, o procedimento segue para a Justiça Militar, que delibera pelo arquivamento ou oferecimento da denúncia.
O torcedor xavante havia sido retirado de dentro de um ônibus pelo efetivo da Força Tática do 11º BPM na noite de 1º de maio, em meio a uma confusão após a partida entre São José e o Brasil de Pelotas, no estádio Francisco Novelletto Neto, no bairro Passo D’Areia, na zona Norte da capital. Na mesma noite, os policiais o levaram ao Hospital Cristo Redentor (HCR), onde permanece intubado e sedado na UTI.
Imagens de câmeras de monitoramento do HCR, mostrando a chegada de Rai Duarte ao local, acompanhado dos PMs, foram obtidas pela reportagem do CP e acessadas pela mãe da vítima, Marta Moraes Cardoso, nessa segunda-feira. “No vídeo dá para ver que ele está sendo empurrado. Tiraram ele da fila de triagem, onde ia consultar e colocaram em outra. Como ele ia aguentar se estava com o intestino rompido? Para mim, ele até aguentou muito tempo”, lamentou. “Sobre o vídeo, eu vi que ele não estava bem já no início. Eu conheço o meu filho. Estavam empurrando o Rai e ele cambaleando”, acrescentou. Em um dado momento do vídeo, a situação de Rai se agrava e ele é colocado em um cadeira de rodas, já inconsciente.