Caso Miguel: Justiça condena Sari Corte Real a 8 anos de prisão no Recife

Patroa da mãe do menino apertou botão de elevador e deixou criança subir sozinha; menino caiu de prédio em 2020

Foto: Reprodução / R7

A Justiça de Pernambuco condenou Sari Corte Real a oito anos e seis meses de reclusão por abandono de incapaz, que teve como resultado a morte do menino Miguel Otávio de Santana, de cinco anos, que caiu de um prédio de luxo no Recife, em 2020.

Em sentença proferida nesta terça-feira, a 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital decidiu-se pela pena prevista no artigo 133 do Código Penal (abandonar pessoa incapaz de defender-se dos riscos do abandono). De acordo com a decisão do juiz José Renato Bizerra, a acusada deve iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. Sari Corte Real ainda pode recorrer em liberdade.

No total, foram ouvidas oito testemunhas encaminhadas pelo Ministério Público de Pernambuco, de forma presencial, em 2020, e também seis testemunhas de defesa, sendo três de forma presencial, também em 2020, outra por carta precatória, na comarca de Tracunhaém, e as duas últimas testemunhas, além do interrogatório de Sari Corte Real, em 2021. Após a instrução, o Ministério Público de Pernambuco, o assistente de acusação e a defesa apresentaram as alegações finais, que embasaram a sentença.

Miguel era filho de Mirtes Santana, empregada doméstica que trabalhava na casa de Sari Corte Real. Ela saiu para passear com a cadela dos patrões e deixou a criança sob os cuidados de Sari. Em determinado momento, após as tentativas de Miguel entrar no elevador em busca da mãe, ela apertou o botão e deixou o menino seguir para o topo do edifício, de onde caiu.

Logo após a morte, Sari pediu desculpas a Mirtes Santana, em carta aberta. “Nunca, mas nunca mesmo, pude imaginar que qualquer mal pudesse acontecer a Miguel, muito menos a tragédia que se sucedeu. Te peço perdão”, escreveu. Ela, no entanto, afirmou que buscava esclarecer a verdade na Justiça.