Clínicas particulares não esperam grande demanda por vacinas contra a Covid-19

Nas capiais, rede já oferece o imunizante a partir desta segunda-feira

Estabelecimentos importaram 2 milhões de doses na fórmula de Oxford/AstraZeneca. Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF

A vacina contra a Covid-19 está disponível em clínicas particulares de todo o país a partir desta segunda-feira (30). Neste primeiro momento, o imunizante é oferecido em locais selecionados, concentrados nas capitais – incluindo Porto Alegre. Serão aplicadas duas milhões de doses na fórmula de Oxford/AstraZeneca, importadas dos Estados Unidos.

A venda no mercado privado é decorrente do fim do estado de emergência em saúde pública, definido pelo Ministério da Saúde em 22 de maio. O fato das vacinas serem trazidas de fora do país é uma exigência da pasta – o que fará com que as doses disponíveis nas clínicas tenham embalagem diferente da encontrada na rede pública.

“A oferta é complementar ao Programa Nacional. Não esperamos uma demanda grande, até porque a vacina está disponível gratuitamente na rede pública. O que vamos fazer é o trabalho de avaliação individual dos pacientes, e convencê-lo a tomar a vacina”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo Barbosa.

Segundo a entidade, as clínicas ainda estão se adaptando ao novo modelo. Os interessados em receberem a vacina no mercado privado precisarão agendar a aplicação, uma vez que os frascos podem permanecer abertos por apenas 48 horas. Com isso, os estabelecimentos querem minimizar a perda de doses.

“O que a gente talvez vai alcançar um pouco mais são os pacientes que tiverem situações especiais, que fujam do regramento do Ministério da Saúde. Por exemplo, os que vão fazer viagens para lugares onde a vacinação é muito baixa e são orientados por médicos a antecipar a quarta dose. São situações específicas”, garante Barbosa.

Preço

As doses de Oxford/AstraZeneca oferecidas no mercado privado chegaram ao Brasil ainda em abril. O preço da aplicação deve variar entre R$ 300 e R$ 350 – levando em conta que cada vacina é adquirida por cerca de R$ 151 junto à fabricante. As clínicas precisam respeitar os critérios de oferta do Ministério da Saúde.

Ou seja: a fórmula pode ser aplicada apenas em pessoas com mais de 18 anos, que precisam completar o esquema vacinal ou que não tenham recebido nenhuma dose até agora. O processo será registrado no sistema ConecteSUS – que também servirá como base de consulta, para evitar que imunizados tomem doses desnecessárias.