Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta sexta-feira, 27, revela que o Brasil tem cerca de 20,4 milhões de trabalhadores em ocupações que poderiam ser realizadas de forma remota. Essa fatia equivale a 24,1% do total de ocupados no mercado de trabalho brasileiro, embora concentre algo como 40% da massa de renda salarial.
Segundo o estudo O Teletrabalho Potencial no Brasil Revisitado: uma visão espacial, as ocupações com potencial para o trabalho remoto são em sua maioria formada por mulheres (58,3%), pessoas brancas (60%), com nível superior completo (62,6%) e na faixa etária entre 20 e 49 anos (71,8%). A maioria encontra-se na região Sudeste, 10,465 milhões das vagas mapeadas, o equivalente a 27,7% dos ocupados na região. O Sul tinha 3,566 milhões de trabalhadores com potencial para trabalhar remotamente, 25,7% dos ocupados no mercado de trabalho local.
O Sudeste concentrava a maior massa de renda efetiva de pessoas em teletrabalho potencial, com R$ 50,4 bilhões, seguido pelas regiões Sul (R$ 14,7 bilhões) e Nordeste (R$ 11 bilhões). O estado de São Paulo tinha 47,6% do total de rendimentos efetivos gerados por pessoas em teletrabalho potencial.
O levantamento se baseia em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) referentes ao primeiro trimestre de 2021 e do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, das Contas Nacionais, ambos apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados apontam que os demais 75,9% dos trabalhadores restantes, 64,449 milhões de pessoas, absorvem 60% da massa salarial do País, porém sem chances de trabalho remoto.