Onze são presos em operação contra quadrilha que atacou carro-forte em Guaíba

Ataque, registrado em 29 de dezembro de 2021, teria sido bem planejado

Criminosos conseguiram subtrair R$ 3,7 milhões, mas abandonaram montante na fuga. Foto: Alina Souza/Correio do Povo

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (25), a Operação Pavão – força-tarefa que tem como objetivo desarticular a quadrilha responsável pelo ataque a um carro-forte em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Onze pessoas foram presas, sendo um preventivamente, sete temporariamente e três em flagrante por posse de arma de fogo e munições. Cerca de 300 agentes cumpriram os mandados de prisão e 55 de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e São Paulo.

A investigação concluiu que o ataque, registrado na manhã de 29 de dezembro de 2021, foi muito bem planejado e contou com a participação de um funcionário da empresa que fazia a segurança do veículo usado para o transporte de valores. Outras duas pessoas do ramo, que atuam em outra companhia do tipo, também teriam participado do crime.

O primeiro alvo da operação foi preso ainda na noite dessa terça-feira: o chefe da equipe que sofreu o assalto. Ele teria facilitado o acesso dos criminosos aos valores que estavam no carro-forte. O montante estava na sala-cofre do veículo, mas fora dos compartimentos que são utilizados para o transporte do dinheiro.

Criminosos, vestidos como policiais, renderam vigilantes que abasteciam caixas-eletrônicos. Vídeo: Polícia Civil/Divulgação

O líder da quadrilha, conhecido como “Uca”, é apontado como o mentor do ataque. Ele estava escondido em uma casa do bairro Fátima, em Canoas, e tentou fugir da abordagem policial. O criminoso, armado, escapou pelo telhado e se escondeu em uma churrasqueira. Ele só foi encontrado após um cerco no quarteirão onde fica a residência.

Relembre o crime

O carro-forte que abastecia os caixas-eletrônicos de um supermercado às margens da BR-290, em Guaíba, foi atacado por volta das 10h de 29 de dezembro de 2021. Criminosos, vestidos como policiais, chegaram ao local em falsas viaturas e renderam os vigilantes responsáveis pela segurança do estabelecimento comercial.

Inicialmente, os trabalhadores – dentre os quais estava o chefe da equipe que sofreu o assalto, preso hoje – foram informados de que o familiar de um deles havia sido sequestrado, e que todos precisariam voltar para casa. O assalto só foi anunciado quando o grupo estava no lado de fora do supermercado.

Os criminosos conseguiram subtrair R$ 3,7 milhões. O montante, entretanto, foi deixado para trás durante a fuga, que mobilizou centenas de agentes da Segurança Pública entre as cidades de Guaíba, Eldorado do Sul e Porto Alegre. Boa parte do dinheiro estava na van que foi abandonada na BR-116, após estragar e deixar os indivíduos a pé.

Com isso, o ataque teria rendido somente R$ 86 mil à quadrilha – que, desde então, seguiu longe dos olhares das autoridades. A polícia identificou, imediatamente após o crime, a participação de seis suspeitos no assalto. Dois deles foram presos em flagrante, dois acabaram mortos em confronto e outros dois fugiram.