Fachin demonstra preocupação com operação que matou 25 no Rio

Ação na Vila Cruzeiro teve de ser deflagrada de modo emergencial, de acordo com a polícia

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou preocupação com a letalidade da operação policial que terminou com pelo menos 25 mortes na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, nessa terça-feira. O magistrado é o relator, no Supremo, de uma ação que trata de letalidade em ações policiais em comunidades fluminenses.

O ministro conversou com o procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano de Oliveira Mattos de Souza, e demonstrou “preocupação com a notícia de mais uma ação policial com índice tão alto de letalidade.”

Na ação que tramita na Suprema Corte, Fachin determinou que o governo do Rio forneça um plano de redução da letalidade policial. No entanto, o magistrado declarou que confia no Ministério Público estadual, para que sejam investigadas “todas as circunstâncias da referida operação”.

Segunda operação mais letal da história do RJ

Na história das polícias do Rio de Janeiro, apenas uma ação na favela do Jacarezinho, em 6 de maio do ano passado, resultou em mais mortes que a da Vila Cruzeiro – 28. A investigação do Ministério Público estadual gerou 13 inquéritos, dos quais dez foram arquivados e dois geraram denúncias à Justiça.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que a operação, que ocorreu em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), vinha sendo organizada há meses, mas teve de ser colocada em prática de modo emergencial para impedir a fuga de traficantes para a Rocinha. Entre os óbitos, foram identificados os corpos de moradores sem ligação com os crimes.

No Hospital Estadual Getúlio Vargas, ainda há três pacientes em estado estável e um em estado grave.