O aumento dos casos confirmados para o novo coronavírus começa a refletir na ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Com 138 pacientes diagnosticados com a Covid-19 em estado grave, o Rio Grande do Sul registrou nesta terça-feira o maior número de internações por conta da doença em 55 dias. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), desde 30 de março, quando havia 149 internações, o Estado não tinha tantas hospitalizações em decorrência da Covid-19.
Pelo sexto dia seguido o número de pacientes diagnosticados com a doença em leitos de terapia intensiva se mantém acima de cem. Além do aumento dos casos confirmados para a doença – hoje a SES confirmou 6.543 diagnósticos positivos e mais 18 óbitos -, o avanço da Covid-19 se revela também no crescimento das internações em UTIs. Em duas semanas, as hospitalizações dispararam 66,3%, passando de 83 pacientes, no dia 10 de maio, para 138, nesta terça-feira.
A disseminação da doença pelo Estado ganhou força em maio, que mesmo sem terminar o mês já contabiliza 47.643 contaminações. São 15.820 casos a mais do que o total verificado em março, quando 31.823 pessoas apresentaram diagnóstico positivo para a doença. Em meio a aumento de casos de Covid-19, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) sugere reforço nos cuidados individuais, como uso de máscaras, ventilação de ambientes e vacinação em dia.
A diretora-presidente do HCPA, Nadine Clausell, explica que o número de casos da Covid-19 voltou a subir na comunidade e entre profissionais da saúde e alerta que as medidas preventivas exercem impacto direto na prevenção ao coronavírus e outras infecções.
Conforme dados do Serviço de Medicina Ocupacional do HCPA, até o início de abril, eram atendidos em média 10 a 20 profissionais semanalmente. Na última semana foram identificadas 131 infecções pelo coronavírus. No âmbito assistencial, a média de novas internações por dia pela Covid dobrou, de 6 para 12, que é a capacidade máxima instalada no Clínicas. Na Emergência, o número de novos pacientes atendidos aumentou 100%, passando de 2, em abril, para 4 por dia em maio.
De acordo com o HCPA, o aumento da demanda acaba impactando o sistema de saúde, já pressionado para dar conta das demais doenças inverno e todas as consultas e procedimentos que foram postergados pela pandemia. O Clínicas ressalta que mantém o protocolo de afastamento de profissionais para testagem preventivamente ao primeiro sintoma e o uso obrigatório de máscaras dentro da instituição e, por isso, avalia que a maioria dos casos teve origem comunitária, ou seja, em atividades do cotidiano.
