Acusada de ser a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, a ex-deputada Flordelis teve o pedido para transferir o julgamento de Niterói para o Rio negado pela Justiça.
O desembargador Celso Ferreira Filho, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), considerou que não houve comprometimento da imparcialidade após a defesa citar uma “suposta” reunião entre os jurados e a juíza do caso.
Segundo a Comarca de Niterói, o ato é considerado rotineiro e ocorre sempre que há um novo grupo para prestar serviços ao Tribunal do Júri. “Apesar dos esforços defensivos, a argumentação expendida não demonstra que há efetiva quebra de imparcialidade do júri ou da segurança da requerente, sendo a notoriedade do feito e mera presunção de comprometimento dos jurados insuficientes para autorizar o desaforamento pretendido”, escreveu na decisão.
A sessão presidida pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce está marcada para 6 de junho no Tribunal do Júri de Niterói, às 9h.
No mesmo dia, ainda devem ser ocorrer os julgamentos da filha biológica de Flordelis Simone dos Santos Rodrigues, da neta Rayane dos Santos Oliveira e dos filhos afetivos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva.
O pastor Anderson do Carmo morreu baleado em frente de casa em Pendotiba, Niterói, em 16 de junho de 2019. Dois filhos de Flordelis já foram condenados pelo homicídio.
Flávio dos Santos Rodrigues recebeu pena de 33 anos de reclusão pela execução do crime. Já Lucas Cezar dos Santos de Souza teve pena de nove anos de prisão por ter comprado a arma usada pelo irmão.
Em depoimento à Justiça, a delegada responsável pela investigação, Bárbara Lomba, disse que o controle exercido por Anderson sobre a vida da ex-deputada Flordelis gerou incômodo na família e motivou o planejamento do crime.