Secretário do Meio Ambiente de Canela é preso em operação de combate à corrupção

Oitava fase de operação focou esquema na Secretaria do Meio Ambiente

Foto: Polícia Civil/Divulgação

O secretário do Meio Ambiente de Canela, Jackson Müller, foi preso preventivamente nesta quinta-feira (19) durante a 8ª fase da Operação Caritas, deflagrada pela Polícia Civil. A força-tarefa, iniciada em abril de 2021, investiga um esquema de corrupção instalado no Poder Público da cidade. Desta vez, foram mobilizados 130 agentes para o cumprimento de 180 ordens judiciais – incluindo afastamentos cautelares e quebras de sigilo.

As autoridades passaram a investigar a pasta do Meio Ambiente após denúncias de que empresas pertencentes, ou ligadas a servidores públicos do alto escalão da secretaria, eram indicadas para prestar serviços empresários de Canela. Caso eles optassem por não firmar contrato com tais companhias, o Poder Público postergava ou negava a obtenção de licenças ambientais para grandes empreendimentos, inviabilizando negócios.

Acordos da própria prefeitura junto a essas empresas, que totalizam cerca de R$ 8 milhões, também estão sob investigação. Os nomes dos demais investigados nesta fase da operação, que tem 27 alvos entre pessoas físicas e jurídicas, não foram divulgados pela Polícia Civil. Dois servidores públicos de Canela foram afastados por 120 dias, sem direito a remuneração, e outros quatro receberam a mesma sanção por 60 dias.

A força-tarefa percorreu, simultaneamente, as ruas das cidades de Canela, Bom Princípio, Canoas, Capela de Santana, Estância Velha, Gramado, Guaíba, Igrejinha, Novo Hamburgo, Portão, Porto Alegre, Santa Maria, Taquara, Tupandi e Vale Real, todas no Rio Grande do Sul. Também foram realizadas ações em Florianópolis, em Santa Catarina, e em Goiânia, no estado de Goiás.

Histórico

A Operação Caritas teve início em abril de 2021, com a apreensão de materiais que haviam sido desviados do Hospital de Caridade de Canela. À época, a polícia encontrou indícios de uma grande rede de corrupção, que passou a ser investigada. Já em sua terceira fase, a investigação prendeu o presidente da Câmara de Vereadores de Canela, o interventor da casa de saúde e o secretário de Obras da cidade.